segunda-feira, maio 03, 2010

Maré negra



Ou maré “oceano americana” em linguagem politicamente correcta dos USA.
Uma tragédia. Vamos ver como é que a British Pertrolium se vai limpar deste desastre. Quantos milhares de milhões de dólares é que vão ser gastos para se limparem a “eles” e ao oceano.
E este vasto desastre veio-me ontem à cabeça quando regressava do Porto no velho intercidades (que em 3 horas e ¼ me põe em Lisboa – para o que é que eu preciso o TGV não me dirão?).
E que é que tem este sucedâneo de intercidades ou de alfa a ver com a maré negra perguntarão os meus leitores.
Nem eu próprio me apercebo das relações que me levaram a este desvio de pensamento – coisas de caquéctico, digo eu.
Recordo as imagens televisivas da maré negra. O aspecto de sujidade, de opressão respiratória, enfim horrível. Mas ao meu lado faço toda a viagem ao lado de uns “jovens” de uniforme “disforme”. Boné com a pala para trás, calças pelo meio do rabo, ténis sujos, etc. Ou seja o uniforme que distingue os sub ou infra urbanos da nossa praça.
E o som meu Deus. Parece o som dos novos colonizadores melanodermes tentando conquistar os nossos ouvidos e as nossas almas com um som da tribo afro americana das selvas suburbanas dos States.
Posso talvez dizer que é o triunfo do ritmo selvagem sobre a saborosa e sapiente melodia. Os djalós, as kátias vanessas e similares esmagam completamente Mozart. E o que é mais grave nem podemos protestar, senão levamos com o “pc” em cima. Enfim o triunfo deles face a todos os portugueses com a sua habitual fraqueza e espírito de meias tintas. (nanja eu que afirmei alto e bom som todo o meu incómodo. Com a aquiescência - só nos olhos - das pessoas...).
Ou seja – mea culpa – não fui capaz (ou já não estou para isso, sei lá) de montar no meu alazão branco, desembainhar a espada e carregar a toda a brida contra a decadência.
Estarei a ficar velho???

Como dizia de início – e após este interlúdio de passageiro da CP - temos todos de lutar contra as marés negras que assolam o planeta. Sim porque queremos todos lutar pelo ambiente. E é “pc” dizermos que todos defendemos o planeta em nome da ecologia.

Apostilha e declaração de interesses: sou um grande - enorme admirador - da verdadeira música africana. Posso dizer que uma das minhas melhores recordações melómanas tem a ver com um famoso "concerto" de centenas de marimbeiros moçambicanos num anfiteatro natural debruçado sobre o Indico. Zona de Inhambane - Moçambique - 1972.
PC significa politicamente correcto e não qualquer outra coisa ...

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