quinta-feira, maio 27, 2010

Felizmente ainda há gente boa



No seguimento do postal anterior não quero deixar de aqui colocar uma lista (não sei se completa) de todos os Monumentos aos Heróicos Soldados Portugueses que se bateram na Guerra do Ultramar:
ÁGUAS SANTAS (MAIA)
AGUIM (ANADIA)
ALBUFEIRA
ALMEIRIM
ALMOINHA GRANDE (LEIRIA)
ARGANIL
BARROSELAS (VIANA DO CASTELO)
BEIJÓS (CARREGAL DO SAL)
BELMONTE
CANTANHEDE
CARTAXO
CASTELO DE PAIVA
CASTRO DAIRE
COIMBRA
COVILHÃ
CUBA
CURRELOS (CARREGAL DO SAL)
DORNELAS (SEVER DO VOUGA)
ELVAS
ENTRONCAMENTO
ESTREMOZ
FAFE
FÂNZERES (GONDOMAR)
GAFANHA DA ENCARNAÇÃO (ÍLHAVO)
GÓIS
GUADALUPE (GRACIOSA - AÇORES)
IGREJA NOVA (MAFRA)
LAGOA (S. MIGUEL - AÇORES)
LAGOA
LAJES DO PICO (AÇORES)
LEIRIA
LISBOA
- AOS MORTOS DA GUERRA DO ULTRAMAR
- ACADEMIA MILITAR
- BASE NAVAL
- REGIMENTO DE LANCEIROS 2
LOURINHÃ
LOUSADA
MAÇÃO
MANTEIGAS
MARCO DE CANAVESES
MARINHA GRANDE
MEDA
MIRANDELA
MONÇÃO
MONDIM DE BASTO
MONTALEGRE
OEIRAS
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
ORJAIS (COVILHÃ)
POMBAL
PONTA DELGADA (AÇORES)
PONTE DE LIMA
PORTO JUDEU (TERCEIRA - AÇORES)
REGUENGOS DE MONSARAZ
RIBEIRA DE PENA
RIBEIRA DE TENDAIS - (CINFÃES)
SANFINS DO DOURO
SANTARÉM
SANTO TIRSO
SEIA
SERRA DA CARREGUEIRA (antigo monumento da Amadora)
SESIMBRA
SINTRA
TÁBUA
TANCOS
TEIXOSO
TERRA CHÃ - (ANGRA DO HEROÍSMO)
TONDELA
TORRES VEDRAS
TORTOSENDO
VILA CHÃ DA BEIRA
VILA PRAIA DE ÂNCORA
VISEU (Freguesia de Repeses)
VOUZELA - JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPIA

Peço desculpa se me falhou algum.
Bem hajam a todos

Canalhice


Como (com oportunidade e acutilância) Humberto Nuno no seu Reverentia nos informa os membros dos partidos que na Câmara de Lisboa compõe o arco da frente popular "casamenteira de gays" resolveram dar mais um ar da sua (des)graça e vão erigir (com o nosso dinheirinho, é claro)um monumento às vítimas da guerra colonial. Na Rocha de Conde de Óbidos (local mítico do embarque de milhares e milhares de Portugueses a caminho da defesa da Pátria)

Afronta-os haver em Lisboa um Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar.

Olhem vão arranjar mais uns casamentinhos e não chateiem.

Apostilha: coloquei a foto do che de que mais gosto. Eles todos revêem-se no indivíduo. Sugiro-lhes que coloquem nas t-shirts esta imagem. Ficava-lhes a matar...

Escravos



Há 65 anos começaram a construir uma Europa em que todos fôssemos ricos e harmonizados.

Como é óbvio regressámos à condição de escravos. Do património de cidadãos (título com que nos queriam harmonizar) passámos não a nacionais mas sim voltámos ao tempo da escravatura.

Tintim na Eurolândia

quinta-feira, maio 20, 2010

Repitam comigo ...


Não vai haver crédito nos bancos, não vai haver crédito nos bancos, não vai haver crédito nos bancos ...

Já perceberam.

Isto dentro de poucas semanas!

Mas todos nos dizem que vivemos no Jardim das Delícias.

Então já estão mais "aliviados"?

terça-feira, maio 18, 2010

O circo



Depois dos principais banqueiros portugueses terem dito que havia fortes dificuldades de obtenção de créditos no estrangeiro e alguns bancos portugueses terem aumentado - ainda hoje - os spreads para a casa dos 4%, vem um ministro socrático dizer que Portugal não tem dificuldades nenhumas em conseguir dinheiro no estrangeiro.

Ou seja o Licenciado em engenharia Sousa dobrou a cervical aos alemães e franceses só por puro masoquismo. (e o que é mais grave é que não vai chegar...).

Ou seja com ministros destes qualquer um é primeiro ministro ou sinistro ou como é que se diz

A queda do Império Romano



O Presidente Silva lá promulgou a lei do "casamento" homossexual.
"Te paedico (sodomiso-te) ou Te irrumo (encho-te a boca de ...)

Eis a sexualidade do fim do império romano. Séneca no seu melhor!

Silva aceitou. Mas quem serão os bárbaros que depois tomarão conta disto?

O Bento do nosso descontentamento


Ou a nova Cidadania mundialista:

A Igreja – escrevia o Papa Paulo VI – deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, a Igreja torna-se mensagem, a Igreja faz-se diálogo» (Encíclica Ecclesiam suam, 67). De facto, O diálogo sem ambiguidades e respeitoso das partes nele envolvidas é hoje uma prioridade no mundo, à qual a Igreja não se subtrai. Disso mesmo dá testemunho a presença da Santa Sé em diversos organismos internacionais, nomeadamente no Centro Norte-Sul do Conselho da Europa instituído há 20 anos aqui em Lisboa, tendo como pedra angular o diálogo intercultural a fim de promover a cooperação entre a Europa, o Sul do Mediterrâneo e a África e construir uma cidadania mundial fundada sobre os direitos humanos e as responsabilidades dos cidadãos, independentemente da própria origem étnica e adesão política, e respeitadora das crenças religiosas. Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza.

Bento XVI
CCB – Encontro com o Mundo da Cultura, Lisboa, 12 de Maio de 2010

Apostilha:
Eis a receita para o suicídio assistido.
A Igreja em crise está como o patronato e os sindicatos em crise. Tragam uns “imigrantezinhos” que nós precisamos deles como pão para a boca. Uns para terem assistência às Missas, outros para que haja mão de obra barata, deslocável e descartável, e por fim os outros para terem sindicalizados. Ou seja – e como é óbvio - tudo só por causa dos “direitos humanos” e patati patatá.
E pensar eu que tudo o que era da geração laica “discreta” ou não passaram as últimas semanas a referirem-se ao Papa como o fascista, quiçá nazista de serviço. Bem dizia eu há dias que o mal "deles" foi nunca o terem lido.

Olhó Robot ...



Ou o Japão politicamente incorrecto.

Segundo noticiava ontem a BBC, através do seu correspondente Roland Buerk, o Japão decidiu prescindir de mais emigrantes recorrendo para isso de forma decidida à robotização da uma série de actividades, nomeadamente no apoio hospitalar. O recurso aos robots é pois a resposta do governo nipónico ao desafio do envelhecimento da população.

Na realidade o repúdio da sociedade nipónica ao recurso a uma emigração massiva, foi vital para a tomada de decisão. A larga maioria dos nipónicos acham muito importante para o seu destino a preservação de uma sociedade etnicamente

As opiniões laicas



Laica por laica prefiro a cadelinha que foi lançada pelos soviéticos para o espaço.

Deu-lhes tantas alegrias que até lhe fizeram uma estátua.

Que periodicamente enchem com cravos vermelhos - a flor oficial da União Soviética!

Apostilha: Se calhar vocês julgavam que aquela cena dos cravos vermelhos do 25 do 4 foi por acaso? Acreditaram mesmo nisso? Olhem que eu também acredito no Pai Natal ...

quarta-feira, maio 12, 2010

Cacafonias portuguesas



A política portuguesa parece-se cada vez mais com uma orquestra sinfónica, desafinada, muito desafinada é certo.

Imaginemos os “nossos queridos partidos” do sistema na gestão da tal orquestra. Seria um espanto! Senão vejam:

PC
O maestro e o compositor são saneados. Os músicos escrevem colectivamente uma sinfonia onde todos os instrumentos tocam o mesmo número de notas.
O novo maestro é eleito por braço no ar. Mas só até que a orquestra se auto dirija. Até lá tem de obedecer ao centralismo democrático e ao seu controleiro. Só se tocam instrumentos feitos pela classe trabalhadora. As flautas de plástico e os cavaquinhos estarão na primeira linha dos instrumentos tocáveis. Os cobres, as peles, harpas e pianos são declarados burgueses e imediatamente destruídos. Deixa de haver 1ºs e 2ºs violinos (ou cavaquinhos). Todos esses instrumentistas serão iguais e tocarão todos o mesmo.

BE

A orquestra é dissolvida. Estabelece-se a auto gestão. Cada qual tocará o instrumento que lhe der na gana, na tonalidade que quiser, quando quiser e o fizer sentir bem. O solfejo é declarado fascista e o seu ensino proibido. Finalmente toda gente é feliz e livre.

Louçã é nomeado coordenador da orquestra extinta. Como 1º bombo é escolhido o Miguel Portas. O Rosas fica responsável pela difusão das obras não feitas.

Mas para suportar toda a cacafonia libertária terão de se socorrer do fumo de umas cenas e de uns belos de uns chutos. O teatro de são Carlos passa a ser a sede dos okupas. Um dos músicos consegue uns sons. Faz contrato com uma multinacional. Vende os seus discos na FNAC. Ganha muito dinheiro, mas entretanto morre sufocado no seu próprio vómito após umas cenas bem boas e mais puras que o normal.

CDS :
Só se toca aquilo que der dinheiro ou que o jet set goste (aquelas cenas que o Pavarotti cantava, giras que toda a gente fina conhece) Passa a haver um controlo de custos, maximizando o lucro. Os músicos inúteis ou menos rentáveis (harpa, xilofones, triângulos, etc) são despedidos e substituídos por sintetizadores made in china.

Os músicos passam a dispor de prémios de desempenho, bem como de ar condicionado, máquinas de café, jaccuzzis, de computadores protáteis e de seguros de saúde. Dentro de alguns anos ninguém se lembrará mais de Vivaldi. Mozart ou Wagner. Só conheceremos compositores americanos como Copland, Bernstein, etc.

PSD :
O acordeonista passa a dirigir a orquestra. É o músico mais bonito e passa bem na televisão. Tem mesmo a simpatia dos críticos musicais. Só que não faz ideia como se lê uma partitura. Mas faz apelo aos seus amigos bruxelenses que lhe mandam uma partitura para principiantes da sinfonia de sucesso “Obedece a Bruxelas e estás safo”.
Decide fazer um debate sobre o génio de Mozart, mas os grupos de hip-hop da zona J e de Corroios protestam contra a discriminação e o debate fica adiado sine die. Os lobbys gays e feministas exigem debates semelhantes sobre os seus ícones. Tudo fica em águas de bacalhau.

PS :
Só toca temas alegres e festivos (tipo o gladiador). Também toca em todos os concertos “La vie en Rose”.
O Maestro sorri. Sorri muito, sorri sempre. Faz jogging em todas as digressões. Critica sempre todos os músicos das outras orquestras. Os outros são todos uns incompetentes. Os músicos são convidados a interrogar-se sobre todas as convenções musicais, a desconstruir os modelos normativos com o objectivo de produzir uma verdadeira harmonia sonhada pelos grandes arquitectos do partido. Ou seja uma harmonia agradável aos cidadãos, com a mestiçagem cultural necessária a uma nova sociedade. Passa a haver a descriminação positiva. 50% dos músicos serão mulheres (mesmo que vivam em Paris e toquem em Lisboa. A produção paga.)

São abertas vagas para as minorias homossexuais, mesmo que não façam falta na orquestra. A produção paga.

A PT e o Tagus Park compram o blogue “critico musical” que se atreveu a dizer que a orquestra tocava desafinada. A partir desta data todos os críticos musicais falarão da Orquestra como a melhor do mundo e arredores. Karajan e Celibidache serão meros aprendizes de músicos comparados com o novo Maestro. E alem do mais não falam tão bem o inglês técnico.

Jorge Coelho andará no meio do público para sempre que alguém tente patear, ele possa aplicar a velha fórmula do partido;: “quem se mete com a Orquestra do PS leva”.


Bloco Central pró federastra (imposto brevemente por Bruxelas):

Os músicos não se entendem uns aos outros. Os instrumentos estão todos desafinados, mas cumprem todas as normas de Bruxelas.

O chefe de Orquestra é escolhido através de negociações entre os grandes que escolhem um pequeno para não chatear.

Toca-se só música turca...

PS: E em fundo os Portugueses ouvem (enquanto o navio com os Portugueses a bordo se afunda nas águas geladas) todas estas orquestras a tocarem o tema do Tittanic.

O adjectivante da Ética




Manuel Alegre, o vate, o “poeta alegre”, anda agora a ameaçar tudo e todos (especialmente os bloguistas) com cadeia (“quem colocar em causa, vai para a cadeia”) (sic).

Nem é preciso julgamento, nem instrução de processo, nem juízes e muito menos advogados de defesa, segundo parece. Nem há possibilidades de pena suspensa. Cadeia. (noticia hoje o Público, pela pena de Luciano Alvarez - pág. 21). Parece o “remake” do filme de terror ”prec e pós-prec”. Deve estar-lhes no sangue!

Razão. O indivíduo diz não ser desertor da Guerra. E apresenta papéis.

Aliás já na sessão da Gulbenkian de 3 de Maio o vate da nossa esquerda catita e caviariana já se tinha abespinhado com o tema. Naquele dia teve azar. Como interlocutor estava um distinto Oficial das Forças Armadas que não lhe deu tréguas.

Agora resolveu explodir e passar ao ataque. Finalmente vai à luta. Até que enfim que se arrisca um pouco (através dos Juízes, é certo), para alem das palavras. Cadeia com eles, já! Se calhar o indivíduo adora meter (ou ver metidos) na cadeia aqueles que não pensam como ele. Pode ser que seja genético da esquerda, sei lá...

Mas analisemos parte da vida e obra do campeão da liberdadezinha. Do “a mim ninguém me cala”.

Vejamos. O sr. Alegre foi até Angola como Alf. Mil. Inf. Depois foi detido por razões que não explica na totalidade. Volta para a Metrópole em 1964. E resolve exilar-se de Portugal passando a fronteira por Chaves. (já agora refira-se a propósito, porque a nota não o revela, que ele sai de uma quinta propriedade da “discreta” família Montalvão Machado muito ligada à oposição laica e republicana e que fica junto da raia). Grau de dificuldade do salto zero.

Vai então para a Argélia. País – como todos sabemos – das mais amplas liberdades. Pátria da ética republicana. Partidos políticos eram mais do que muitos. Pluralismo na imprensa era mato. Liberdade de opinião e de expressão aos montes (diria mesmo aos montículos). Presos políticos nanja (isso só os fascistas é que tem ...). Fuzilamentos e assassinatos, foram detalhes da luta pelos direitos humanos, nada mais do que isso. Detalhezinhos, para que é que estão a falar disso. Coisinhas que acontecem ...

Ou seja saiu de um “regime de opressão” e foi para um paraíso totalmente livre. Ali sim é que um homem se sente bem. Ca ganda país. Depois aceita um trabalhinho como locutor de uma estação pública de radiodifusão (quem pagava? Eram os democratas portugueses? Ou era um pais estrangeiro? Não esclarece.) Aí foi debitando para o éter aquilo que debitou e que fica para a sua história. Aguente-se ... Os antigos Combatentes não esquecerão! E quer ser o Comandante Chefe ...

Depois do 25 do 4 volta para o que se transformou “neste pais”. Pacto mfa / partidos (só as esquerdas podem existir neste pais da liberdade) . Tudo bem. As cadeias cheias de presos políticos, ainda melhor, sevícias e torturas sobre os presos políticos, que se lixe.

Todos nós esperávamos que o vate fosse para outro pais de amplas liberdades clamar contra essas infâmias. Mas não, não foi. Nem cá, nem lá. Calou-se. (e logo a si que ninguém o cala). E olhe sr vate, houve indivíduos do seu lado (por exemplo Jaime Gama) que não se calaram (poucos, muito poucos, é certo).

Ou seja como é que foi possível dar lições de democracia e de liberdade contra o “regime de opressão e de falta de liberdade” (que para si era o Estado Novo) pactuando com um regime de opressão e de falta de liberdade? Por hipocrisia? Ou porque dava jeito? Ou ... ou ... ou.... Os meus caros leitores têm liberdade de escolha.

E já agora sr vate: se me quiser meter na cadeia declaro que estou pronto. Aliás eu estou mesmo a precisar de descansar um pouco, dormir mais. Se calhar fazia-me bem. E a si presumo que ainda faria melhor. Ou seja, deve ser bem bom para si ver mais um opositor seu dar com os costados na pildra. Feitios...

Apostilha: Como agora está na moda o simplex o melhor é mandar-me uma guia de marcha (via mail) para eu me apresentar em Caxias. Assim poupa-se umas massas ao ”estado a que isto chegou” e a mim, que já nem preciso de contratar advogado. Sou culpado de não descortinar o seu génio e de não colocar num pedestal a sua arreigada ética (republicana – não nos esqueçamos do adjectivo). Logo só mereço cadeia!

segunda-feira, maio 10, 2010

A Visita

Andam para aí todos histéricos os "bons dos laicos esquerdistas" a propósito da vinda de Bento XVI a Portugal.

Uns (pouquíssimos) muito preocupados porque o leram, os outros (a esmagadora maioria) porque o não leram.

sexta-feira, maio 07, 2010

Leiam que deve valer a pena




Prefiro sentir-me queimado e sofrer uma dor diabólica do que viver neste ambiente de tépida temperatura.

Então incendeia-se em mim um desejo selvagem de emoções intensas, de sensações, uma raiva contra esta vida lisa, normalizada e esterilizada e uma vontade de desfazer qualquer coisa, nem sei qual, uma loja, uma catedral ou mesmo a mim próprio: cometer loucuras temerárias ...

Isto é de facto tudo o que eu sempre mais detestei e amaldiçoei: esta satisfação, esta sanidade asséptica e pacífica, este gordo e oleoso optimismo burguês, esta disciplina de homem medíocre, normal, vulgar.

Hermann Hesse

Reflexões de um “deles” perante “este pais” agonizante



E de repente – horror dos horrores – “nós” vemo-la morta.
E mais ainda, descobrimos que fomos nós que a matámos.
Com os nossos sonhos e quimeras. Em nome dos “princípios” que pensávamos imortais – os tais “das luzes”.
Sim, porque nós ganhámos a guerra. Temos desde essa data - sempre tivemos - direitos a todos os despojos.
“Isto” era nosso, muito nosso, todo nosso. E paulada em cima de todos que dissessem mal de “nós”.
E as mordomias? Irão elas acabar?
Que fazemos?
Não nos podiam ter feito isto.
Malditos os que nos roubaram o “nosso sonho”!
E agora que vamos fazer? Ainda por cima sabemos que foi tudo pelo cano!


PS: A nossa auto estima e os comprimidos que tomámos para a conseguir tiveram efeitos bem perniciosos. Porque é que não nos avisaram? Porque é que o "Infarmed" deixou que houvesse comprimidos destes à venda? Deu cabo de tudo. Ou teríamos sido "nós" que não lemos a papeleta de que haveria de certeza efeitos secundários?
Isto é o mal de sermos tão, mas mesmo tão, primários!

Apostilha: O cadáver social é mais difícil de enterrar que o cadáver humano. O humano apodrecerá no caixão, imagem regressiva da gestação. O cadáver social continua a apodrecer até que nos apercebamos de que já morreu.

Esta sociedade cria a mentira evidente.: uma sociedade pode esconder durante muito tempo as suas mazelas, as suas lesões mortais, mascarar a sua agonia, fazer-nos crer que ainda é pujante, quando afinal está morta e tem de ser enterrada. E bem enterrada!

Esclarecendo dúvidas



Não são 90 e tal por cento do actual PIB. São cerca de 230%.

Não nos esqueçamos das dívidas das empresas públicas e dos bancos ao estrangeiro. Quer queiramos ou não, são dívidas que têm de ser assumidas pelos contribuintes portugueses.

Por amor de Deus. Não mascaremos a realidade em nome da "defesa dos interesses deles".

Nem daqui a 15/20 anos nos livramos destes disparates.

Quem nos impingiu a teoria de que éramos ricos? Cavacos e cia, é bom de ver. Assumamos a realidade já existente no 24 de Abril. Somos os mais ricos dos mais pobres. Mas isso já éramos em 1974, antes do terceiro D!

Assumam-no, porra!

segunda-feira, maio 03, 2010

Estórias de Ary dos Santos

Um estimado leitor deste bolgue tem gasto algum tempo a zurzir-me com o "seu" Ary dos Santos, único e verdadeiro Poeta de que gosta (por militantismo político ao que me apercebo.

Sei da elevada estima e cumplicidade entre Ary e Rodrigo Emílio no campo literário. Sou até testemunha disso.

Mas como o meu estimado leitor é um fã acrisolado do lado sério do Poeta, quero contar-lhe uma história que a mim me divertiu e que se calhar a si o vai decepcionar.

Numa festa do Avante (penso que em 1982 ou 83) quando Cunhal falava aos seus acólitos que o escutavam em reverência quase religiosa, Ary por trás do palco falava - com a sua voz "de trovão" com os artistas que se seguiriam em palco após a discursata do chefe. O barulho era tanto que a certa altura surgiu um membro do comité central com cara de controleiro despiedado que mandou calar toda aquela turba de hereges.

Aí Ary voltou-se para os seus parceiros (todos masculinos) e disse: "calem-se meninas e deixem falar a tia avó!)

Gargalhada geral e mais uma vez se sentiu o gélido e reprovador olhar do controleiro de serviço.

Só para lhe dizer que o Ary - para além de comunista (por algumas razões que um dia eu conto) também era um tipo bem divertido.

Maré negra



Ou maré “oceano americana” em linguagem politicamente correcta dos USA.
Uma tragédia. Vamos ver como é que a British Pertrolium se vai limpar deste desastre. Quantos milhares de milhões de dólares é que vão ser gastos para se limparem a “eles” e ao oceano.
E este vasto desastre veio-me ontem à cabeça quando regressava do Porto no velho intercidades (que em 3 horas e ¼ me põe em Lisboa – para o que é que eu preciso o TGV não me dirão?).
E que é que tem este sucedâneo de intercidades ou de alfa a ver com a maré negra perguntarão os meus leitores.
Nem eu próprio me apercebo das relações que me levaram a este desvio de pensamento – coisas de caquéctico, digo eu.
Recordo as imagens televisivas da maré negra. O aspecto de sujidade, de opressão respiratória, enfim horrível. Mas ao meu lado faço toda a viagem ao lado de uns “jovens” de uniforme “disforme”. Boné com a pala para trás, calças pelo meio do rabo, ténis sujos, etc. Ou seja o uniforme que distingue os sub ou infra urbanos da nossa praça.
E o som meu Deus. Parece o som dos novos colonizadores melanodermes tentando conquistar os nossos ouvidos e as nossas almas com um som da tribo afro americana das selvas suburbanas dos States.
Posso talvez dizer que é o triunfo do ritmo selvagem sobre a saborosa e sapiente melodia. Os djalós, as kátias vanessas e similares esmagam completamente Mozart. E o que é mais grave nem podemos protestar, senão levamos com o “pc” em cima. Enfim o triunfo deles face a todos os portugueses com a sua habitual fraqueza e espírito de meias tintas. (nanja eu que afirmei alto e bom som todo o meu incómodo. Com a aquiescência - só nos olhos - das pessoas...).
Ou seja – mea culpa – não fui capaz (ou já não estou para isso, sei lá) de montar no meu alazão branco, desembainhar a espada e carregar a toda a brida contra a decadência.
Estarei a ficar velho???

Como dizia de início – e após este interlúdio de passageiro da CP - temos todos de lutar contra as marés negras que assolam o planeta. Sim porque queremos todos lutar pelo ambiente. E é “pc” dizermos que todos defendemos o planeta em nome da ecologia.

Apostilha e declaração de interesses: sou um grande - enorme admirador - da verdadeira música africana. Posso dizer que uma das minhas melhores recordações melómanas tem a ver com um famoso "concerto" de centenas de marimbeiros moçambicanos num anfiteatro natural debruçado sobre o Indico. Zona de Inhambane - Moçambique - 1972.
PC significa politicamente correcto e não qualquer outra coisa ...