quinta-feira, maio 28, 2009

As razões do meu voto no Humberto Nuno – IV

Por falar na Europa. Por fazer campanha falando da Europa. Por não cair na tentação de passar a vida a "dar bordoada" no (des)governo da secção portuguesa da internacional federasta.

Estas eleições são vitais para a Pátria Portuguesa. Já o disse e repito até à exaustão.

Assistimos, contudo, a uma campanha de puro merchandising político (da treta), falando de temas a que chamam "nacionais".

A excepção é a do HNO.

É normal "neste país" a maledicência e de bota abaixismo. No entanto nunca os do sistema dizem o que realmente Portugal pode ou não fazer face à cedência da soberania a Bruxelas por eles realizada. A culpa é do Socrates, a culpa é da Manuela que não tem carisma, a culpa é dos ricos, a culpa é ....

Ou seja todos procuram cavalgar o tigre do nosso descontentamento. Por puro oportunismo e não porque queiram resolver de facto os problemas de Portugal. Seria fácil, renderia mais uns votitos (ou mais abstenção, digo eu).

Mas os portugueses não perceberiam que o que está em causa - hoje mais do que nunca - é uma forte, fortíssima representação dos movimentos nacionais de toda a Europa no Parlamento Europeu.

Porquê? Porque impediria a tentação absolutista dos federastas de uma fuga para a frente até ver o que "isto" dava.

O liberalismo imposto pelo sistema, e que se assemelha cada vez mais a um "capitalismo de casino", onde o "jogo viciador e viciante" se sobrepões ao normal funcionamento de um mercado de financiamento para a economia real. A desregulação e acima de tudo o papel dos bónus de desempenho levaram-nos para o caos instalado. E há quem diga que a cocaina também deu uma achega. Viciados em jogadas de cada vez maior risco (com os respectivos ganhos financeiros próprios) os actores desta "farsa contabilistica", criadores de todo o dinheiro fictício que por aí andava (mas apenas nos computadores), teve de se apoiar nos estímulos extasiantes e extasiadores de paraísos fictícios.

Quando nos falam da Europa os políticos, os jornalistas, os analistas e outros que tais vem sempre com a mesma conversa: então e a massa que vem lá de Bruxelas. Seus ingratos, foi essa "massa" que nos tem permitido viver. Ou seja o espírito do novo ouro do Brasil continua a medrar em Portugal.

Mas agora digo eu - e segundo o raciocínio deles - e quando chegar o dia em que tivermos de dar mais dinheiro a Bruxelas do que aquele que recebemos? O que é que se faz? Saímos? Sim, claro. Às malvas o "espírito europeu", a "solidariedade", o "somos todos europeus", etc. Por isso os bruxelenses resolveram fazer o Tratado. Para nos tramar. Para nos reduzir qualquer hipótese de nos revoltarmos. Para nos obrigarem a ficar.

É tudo isso - e muito mais - que deve ser esclarecido nesta campanha. Não se o Pinho é incompetente, se a Marilu deu cabo da educação, se o tipo da agricultura só fez disparates e outros temas muito marginais.

Disseram-nos, massacraram-nos com a ideia que íamos ficar ricos. Cedemos na destruição do nosso sector primário (principalmente), mas também no secundário. Ficámos quase que exclusivamente votados aos serviços. Ou seja andamos todos a prestar serviços uns aos outros e a comprar tudo o que precisamos para comer ou viver nos nossos caros doadores de fundos lá da "oropa". Grande negociata fizeram "eles".

Mas quem não sabe por meias solas não pode ser sapateiro...

Sem comentários: