sexta-feira, janeiro 30, 2009

Não é sornice, não!



nem sequer estou a dormir desde o tempo das "vacas gordas".

Faz hoje dois anos que iniciei esta aventura. Escolhi esta data por motivos óbvios.

A razão da entrada em liça foi nunca deixar de falar do muito nosso Rodrigo Emílio.

Depois entrei em velocidade de cruzeiro e tudo estava a decorrer de forma normal.

Subitamente e no ano passado (últimos meses) vi-me confrontado com necessidades acrescidas na minha vida profissional. A prioridade passou a ser outra.

E quando tudo parecia ter entrado nos eixos e de novo meti mãos à obra, decidi - estupidamente, digo eu - começar a aprofundar as minhas congeminações sobre a situação actual, causas, efeitos, preparação do futuro, como sair do atoleiro em que "eles" nos meteram, etc.

Ou seja em vez de pacientemente ir dando umas "bocas" periódicas sobre a conjuntura quotidiana, armei-me em "carapau de corrida". É uma chatice. Assim nunca mais actualizo o blogue. Pensar, sim, mas não tão aprofundadamente. Isto vai entrar outra vez no bom caminho. Penso, contudo, ter já algumas matérias suficientemenete aprofundadas para vos ir dando as minhas modestas opiniões sobre o que aí vem.

Aliás depois de ter lido o primeiro ministro britânico Gordon e o artigo de JM Júdice da semana passada no Público, fiquei mais espevitado nos meus propósitos analistas.

Vamos ver se sai qualquer coisa de aproveitável.

A todos os meus leitores obrigado pela pachorra que tem tido em visitar-me. Espero continuar por uns bons tempos mais.

Apostilha: Li agora um postal do meu Amigo Nonas sobre este "tasco". Postal de Amigo, claro. Só por isso aceito - com prazer - todas as suas "loas" aqui ao "Estaminé"

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Relembrando Wisseman

Faz hoje anos que Alfredo Pimenta e uma meia dúzia de portugueses e alemães acompanharam Wisseman à sua última morada.

Amanhã quero falar mais disso, nomeadamente das cartas de Pimenta a Salazar sobre o assunto. Das publicadas no livro de Braga da Cruz e também das omitidas. (sim porque também as há e não são poucas. Ele há assuntos do diacho)

Mas amanhã escreverei mais sobre isso com as cartas à minha disposição. Hoje contudo não quiz deixar de recordar o assunto.

O ano de todos os combates

2009 é o ano em que tudo se vai jogar. O futuro de muitas gerações vai ser jogado no tabuleiro deste ano. As consequências sociais, morais e políticas da « crise » irão ser devastadoras para as Nações pouco coesas, pouco solidárias, pouco (ou nada) transpersonalistas !

No campo nacionalista é a altura de meditar no que se deve e pode fazer.

Um grupo de pessoas decidiu jogar a partida inserido na luta democrática. Por mim nada tenho a objectar. Cada um deve seguir o caminho que ache mais eficaz. Mas todos sabemos que o combate é difícil, porque é acima de tudo desleal.

Os elementos do PNR – e é deles que eu falo – acreditam no povo português. Acreditam que em condições normais, equitativas e justas seria possível um esclarecimento do povo sobre o caos que se avizinha e quais os modos de nele não cair.

Mas contando com todos os boicotes, a falta de dinheiro e de empenhamento de muitos que os observam com interesse (ou distanciamento) sabemos que nada de bom se augura. E nada de bom se perspectiva. Poderá haver um crescimento eleitoral de 1 ou 2 pontos percentuais. Sem significado. E no futuro ainda será pior. O crescimento demográfico dos portugueses de origem e o dos povos (ditos do sul) é altamente deficitário para os de origem. Ou seja percentualmente os votantes do « sul » terão maior peso eleitoral, ainda por cima contando com o já evidente desinteresse dos portugueses.

Isto já se passou na Bélgica. Holanda, França e Alemanha. Vai-se cá passar, é claro.

Ou seja se calhar é altura de meditar sobre as alternativas que se colocam.

Se Duprat deu evidência à FN em França com o combate contra a imigração (bom e inteligente combate na altura, mas ingloriamente perdido face às necessidades do capital, como é sabido) hoje, com a sua fina inteligência já teria alterado a sua estratégia.

Se calhar o combate passa por uma refundação do movimento nacionalista em Portugal.

Sem abandonar a via eleitoral (mas sem grandes esperanças) devemo-nos concentrar em toda uma série de iniciativas destinadas a preservar a identidade nacional, cultural e popular do « velho português », que tem – como qualquer outro – também direito à sua identidade.

Os caminhos e formas desse combate passam também – e a meu ver - por diversas acções, das quais destaco :
- Federar as forças hoje dispersas a fim de se assistir a um renascimento de uma unidade poderosa que aglutine todas as comunidades constituídas ;
- Privilegiar o longo termo, em vez do curto prazo. As « eleições » serão apenas uma face do processo. Cada um no seu lugar. Cada um deverá servir onde e quando as suas capacidades e/ou localização o permitirem. Cada um terá a sua responsabilidade no concerto de acções e actuações em que está investido. Não esquecendo, contudo, que Portugal é também cada um de nós. E que temos uma quota parte de responsabilidades nas vitórias e nas derrotas. E já agora uma coordenaçãozinha seria bem vinda …;
- Esquecer a questão de lideranças – cancro mortal de todos os movimentos. É na acção que se reconhecem os chefes. Mas o combate necessita também – e sobretudo – de bons soldados, bons sargentos e bons capitães. Generais já há de mais !;
- Estudar, formar, formar-se. Habituarmo-nos à batalha cultural e à batalha das ideias. Só assim se conquista a rua.;
- Dar lugar aos jovens. Os velhos podem (devem) ajudar. Sem contudo serem « consciências negativas « (já assisti a isto…, assim não vamos a lado nenhum…, etc.) A experiência dos mais velhos (que no seu tempo souberam raciocinar nas – muitas - derrotas e nas – poucas - vitórias) pode ser positiva. Mas deixem-nos tentar. Deixem os mais jovens errar. Deixem-nos ousar. Não critiquem por criticar. Tenham a paciência e a sabedoria de bons avós. Amparem, ajudem, dêem conselhos. Estejam lá quando tudo parece ruir. Ajudem os mais jovens a levantarem-se de novo. Sem reprimendas. Mostrem (sugiram) o caminho. Mas não o percorram em vez deles ! ;
- Entrosemo-nos no tecido social português. Nas associações, nas comissões, nas múltiplas formas de cooperação dos portugueses. Mostrem-se interessados. Assumam as rédeas de todas os corpos intermédios em que se insiram. Mostrem-se competentes. Terão muito mais visibilidade assim do que com 500 discursos ou dez aparições na TV.;
- Não se confinem ao convívio com os camaradas. É bom, é saudável estabelecer laços profundos de amizade com camaradas. Mas não convivam apenas com eles. Caso contrário não haverá sangue novo. Estar-se-á fechado numa redoma. Criem-se centros/locais de actividade que serão sempre locais de recrutamento. Expandam-se, caso contrário seremos sempre os mesmos, com tendência para diminuirmos;
- Acima de tudo demostrem que amam Portugal. Que estão dispostos a sacrificar-se por ele. E que não estão à espera das benesses que o poder prodigaliza. Assim serão responsáveis. Assim os vossos vizinhos vos conhecerão;
- Defendam as identidades locais, regionais e nacionais. Com unhas e dentes. Contra toda as formas de destruição das mesmas. Ousar ir contra o « politicamente correcto ». Contra o estabelecido. Contra a verdade oficial. Nem calculam a quantidade de pessoas que estão contra esta normalização aberrante que nos querem impor, mas que não tem ninguém que os ajude na orientação da luta;
- Não copiem o estrangeiro, nem épocas passadas. Assumam a Tradição e a Modernidade. Cada época tem as suas facetas específicas. E muitas delas são irrepetíveis, pelo menos nas suas formas exteriores;
- Procuremos – todos - encontrar as ideias mais mobilizadoras dos portugueses. Para isso é necessário ouvir. Ouvir muito. Perceber. Meditar;
- Criemos técnicos nas diversas áreas que permitam o recurso a ideias nossas e pessoal nosso nas diversas áreas de governação. Não fiquemos pelas generalidades. Vamos ao fundo das questões. Generalistas já há demais;
- Não deixemos que diferentes opiniões sobre as tácticas e as estratégias – «a minha é melhor que a tua », ou ainda, « isto assim não vamos lá » – destruam a unidade. É na luta diária que se conhecem os chefes. É com os erros e com as vitórias que se escrutinam caminhos… Que a verdade vem ao de cima;
- Tenhamos a humildade de reconhecer as nossas faltas, as nossas incapacidades. Se necessário cedamos o passo aos mais capazes. Nunca nos agarremos a lugares. Servir é o Lema. E servir serve-se sempre seja qual for o lugar que nos esteja destinado. Nem que seja a varrer as escadas…

No que me diz respeito – e dada a minha idade - continuarei no lugar que me for fixado pelo acaso. Mantendo – na medida do possível - o espírito de combate que foi a justificação da minha vida.

Tenham a certeza que até ao meu último suspiro serei um dos vossos. Mas a cada idade o seu combate. Ajudarei a que uma nova geração surja de entre as brumas do desespero. Não uma geração de profetas/salvadores, mas uma geração real. Leal. Combatente. Persistente. Que pelo menos ame tanto Portugal como eu o sempre amei.

O amanhã pertence-nos. Pertence-vos ! Mostremos à juventude o sinal de que os filhos da Pátria há tanto tempo desejam ver. “Desocultemos” o espírito que determina essa vontade inconsciente do retorno às formas que constituíram o mito fundador e a razão de sermos portugueses, essa ideiação e imaginação do eu-português.

Ao trabalho. E já agora aproveitem e pelo caminho divirtam-se ! Senão não serão jovens, mas sim velhos rezingas, impossíveis de aturar !

Apostilha : Este postal tem a ver com a « polémica » que se estabeleceu na blogosfera sobre o apoio – o « apport », como dizem os franceses – que cada um de nós pode dar às nossas ideias.

Não é um texto definitivo, nem sequer doutoral. Nunca tive essa presunção, nem nunca desejei colocar-me em imerecidos bicos de pés. Nunca passei de um mero soldado, quanto muito um sargentão, inserido no meio Nacional. Tenho uns bons anos em cima. Já meditei muito nos sucessos e nos fracassos. Não quero ser o « avô cantigas » (nunca tive pachorra para isso). Quero (desejo) acção, com convicção, mas acção persistente e, se possível, inteligente.

E lembrem-se desta verdade absoluta : É uma maratona que estamos a disputar, não são os 100 metros !

Relógio da História ...

Passam hoje 250 anos que a Maçonaria – pelas mãos de Sebastião José Carvalho e Melo - expulsou de Portugal os Jesuítas, precedendo em alguns anos o ocorrido também na vizinha Espanha.

O Vaticano lá amochou face aos ventos da história que então sopravam na Europa, dominada de forma avassaladora pelos da sociedade discreta.

Foram expulsos porque tinham os melhores pensadores anti maçónicos de Portugal. Pombal não lhes perdoou.

Já repararam que todo o cão e gato (que por aí anda a massacrar-nos como opinadores oficiais da república) critica veementemente a expulsão dos judeus por D. Manuel I e nem um – um que seja – critica o mação da estátua da rotunda pelos prejuízos causados pela expulsão dos jesuítas, nomeadamente ao ensino em Portugal.

Apostilha: Houve um “malandro e pecaminoso” que em 1973 enfureceu Paulo VI, (Papa para esquecer para todo o sempre) ao fazer publicar num jornal de Moçambique (Cidade da Beira) uma reprodução da imagem de Pombal com a seguinte frase assassina: “vem cá baixo Marquês, que eles estão cá outra vez...”.

Tratava-se de um período em que alguma hierarquia católica de Moçambique andava mancomunada com a Frelimo, tendo inclusivamente desrespeitado gravemente a Bandeira Nacional.

Depois alguns arrependeram-se (disse-me um deles contristado...) Mas o mal já estava feito. Enfim já estamos “tãoooo” habituados aos salta pocinhas ...

O que eu aprendi com Esther Mucznik

A “investigadora em assuntos judaicos” (não faço ideia o que isso seja, mas é assim que ela se apresenta) Esther Mucznik, dá-nos no seu artigo do Público (como é hábito defensor da posição de Israel) alguns exemplos de criticas de alguns personagens da esquerda portuguesa aos telavivianos.

“Com a cumplicidade de grande parte do mundo, rendido ao poder do dinheiro”, a “Palestina é que paga, em vidas, que é no mundo actual um valor bem mais desprezível que o dinheiro de Israel” (João Paulo Guerra), “à semelhança do que faziam os nazis aos judeus fechados no gueto de Varsóvia”, “Israel é hoje, de facto, o governo mais anti-semita à superfície da terra” (Fernando Nobre), etc.

Ou seja, se “euzinho”, (que apenas critiquei o facto de se atirar a matar contra as crianças em Gaza ou em qualquer outro local do mundo, levei logo em cima - na minha caixa de comentários - com alguns anónimos que só faltaram chamar-me “f. da p. de um nazi” e que se atiraram a mim como um gato a bofe) tivesse subscrito metade do que acima se refere de certeza já estaria no fundo do Tejo, com um balde de cimento preso aos pés, ou pior ainda já teria sido detido pela DCCB por ser filo nazista, neo-nazista, skinhead, membro de uma associação de malfeitores, xenófobo, fascista, racista, homofóbico, desrespeitador dos direitos das mulheres, fumador, heterosexual, acusado também de não usar fato e gravata, não ser espectador de novelas, não jogar no euromilhões, não saber quem é o Malato (e sei lá que mais) isto no mínimo, para não dizer que oito anos de grelha ninguém me tirava.

Safa, mais vale ser de esquerda. Assim nada de mal se passaria comigo. Nem a biblioteca era apreendida, nem nada...

Afinal há crise! Mas há também a Soraia Chaves ...

Assistimos nos últimos tempos a uma conversa tipo boomerang entre os políticos do sistema mais os seus belos apaniguados dos jornalismos e dos “opinadores” publicáveis no pais.

Uns dizem que há crise, outros dizem que estamos preparados, outros que não e o Zé Povinho continua impávido e sereno a ver as bocas passarem, completamente a leste do paraíso sobre o que irá ocorrer nos próximos tempos.

Mas se os políticos dão conta de um aparente optimismo – para não criar pânico e estabelecer a confiança, segundo dizem – não deixam de tomar algumas medidas de fundo, escamoteadas por toda a comunicação, partidos, etc.

Uma das mais emblemáticas (para além da reorganização da GNR) prende-se com a nova Lei de reorganização das Forças Armadas.

Nessa Lei (a que ninguém ligou!!!!!) para além de questões técnicas pacíficas sobre comandos, operacionalidades, etc, surge um novo conceito revelador do “medo histérico” dos do sistema face ao que poderá (deverá) acontecer neste “pais”.

Referimo-nos à possibilidade (pela primeira vez expresso na Lei do país pós PREC) de utilização das Forças Armadas em operações contra a própria população, como força supletiva às Forças de Segurança – PSP e GNR – quando as mesmas forem incapazes de tomarem conta do recado. Ou seja perspectiva-se a possibilidade dada aos políticos (dependem nesse caso do Governo e não do Comandante Chefe – Presidente desta República) de usarem o aparelho militar para atirar sobre o povo português (ou como dizia um tal Soares - no 7 de Setembro em Moçambique – “se necessário atirem-nos ao mar”...)

Para isso temos os F16 muito efectivos a bombardear o povo português (em fúria) nas ruas de Lisboa.

E que me dizem dos novos tanques Leopard (topo de gama) a passarem com as suas lagartas por cima dos civis em cólera.

É evidente que isto é uma suposição extremada. Em princípio ridícula. Mas é uma possibilidade que se abre.

E dizem “eles” que a crise está controlada ... Olho neles, e não deixem passar estas situações, que “eles” omitem aos portugueses!



Estarão “eles” em pânico? Olhem que sim (tentam disfarçar, coitados...), senão não vinha o licenciado em engenharia (pela Independente) Sousa falar – como grande bandeira eleitoral – do casamento e adopção por casais dos gays. Pão e circo, já diziam os romanos. Pão não vai haver. Propiciemos aos portugueses um circo em que os palhaços vão entretendo o “país” com os seus números humorísticos. A cacetada vai ser bem grande, mas até lá temos as novelas, o futebol, as “vidas” dos famosos, a vida sexual de Salazar na TV (com a Soraia Chaves, uau...), etc. Quando acordarem já terão decorrido as “eleições”. E nessa altura é que a porca torce o rabo. Vão ser para aí 8 a 10 anos a penar (ainda mais...)

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Adenda à apostilha do postal anterior

Dei comigo a pensar, recordando-me de António Quadros, (verdadeiro pensador do movimento), numa situação que se aplica a Portugal (tal como à Grécia, Espanha ou Rússia dos dias de hoje).

Falo-vos dos “deserdados da glória”, esses povos anteriormente pujantes, que outrora foram corpos vivos e actuantes, que desbravaram caminhos imensos da sabedoria do Mundo e que hoje – vítimas dos trâmites violentos da história, e, sobretudo, da fraqueza humana de todos aqueles que impuseram os seus interesses contra e em detrimento dos interesses e valores da Grei - sonham voltar ao cume dos “prometidos olimpos”.

Pessoa, na sua Mensagem (e não só) deu-nos essa perspectiva de forma notável. Rodrigo Emílio também foi outro Poeta que nos revelou na sua plenitude a “desocultação” do espírito que determina essa vontade inconsciente do retorno, essa ideiação e imaginação do eu-português.

Por isso estou de Alma e Coração com aqueles que dizem basta! Com aqueles que vão à luta com o espírito de que vale a pena tentar, que é possível a superação. Só tem a ganhar a espiritualidade portuguesa. Só tem a ganhar o Portugal sonhado e sonhador, mas também o Portugal estudioso e empreendedor!

Ao princípio era o MAL

Diria mesmo o mal absoluto.

Falamos de Salazar, da ditadura, é claro!

Mas depois, ah! ah! veio a liberdade, a democracia, os direitos do homem, da mulher, dos LGTB, o patati – patatá, a Luz, as Luzes, os Holofotes, as Lanternas, os Candeeiros, os Petromaxes, enfim a parafernália toda.

Falamos do 25 do 4, é claro. E eis que começa o conto de fadas…

Por obra e graça de todos os santinhos do altar democrático – os santos Otelo, Cunhal, Soares, mais os “200”, “o povo unido” etc. – o país desenvolveu-se automaticamente. Toda a gente recita Dante ao pequeno almoço. (lasciate ogni speranza voi …) ouve-se cantarolar as crianças às mesas do leite matinal. Kant e também Hegel são discutidos e compreendidos por todos. Ouve-se nos recantos de becos e vielas o povo discutir as virtudes cromáticas de Klimt, o surrealismo de Cesariny, o papel de António Pedro nesse movimento, ou seja o Fado, Futebol e Fátima ficaram enterrados para sempre! E mais, o “país” (como “eles” fazem questão de dizer quando se referem a Portugal) recuperou a sua grandeza no concerto das Nações!

Ou seja, como alguém diria: “Os portugueses seriam os mais erectos da Europa” e arredores, acrescento eu,

Mas as realidades vieram demonstrar o contrário das belas previsões totobolísticas (na altura não havia ainda o euromilhões) dos de abril. Para além de terem ajudado a destruir o tecido empresarial que existia não souberam – ou quiseram – desenhar qualquer planificação estratégica para fomentar o desenvolvimento. O único que fizeram foi entrar no comboio da Europa, de qualquer forma ou maneira. Para impedir – para todo o sempre - o perigo de “aventuras militares” (Soares dixit) semelhantes à que os tinha colocado no poleiro. Descobriram os “novos brasis” de onde vinha a cornucópia cheia de “papel” que nos iria sustentar para todo o sempre.

E quem não aceitava este belo cenário era imediata e totalmente ostracizado, e lançado no mais vil óprobio possível em que toda a carga negativa seria associada aos anátemas de “fascista”, “salazarista”, “anti-social”, “associação de malfeitores”, “neo-nazi”, conforme fosse conveniente (naquele momento) alcunhar os “desalinhados”.

Aliás é evidente que para haver “heróis” (os do mês quatro) tem de se procurar algo que todos os herois requerem: os vilões, os maus da fita.

E quem são os vilões? Pois evidentemente todos aqueles que não dizem “amen” à Europa dos interesses. São perigosos “nacionalistas”, querem atrasar o desenvolvimento do “país” provocado pela nossa entrada na CEE. Quiçá querem de novo a ditadura.

Por existir o vilão existe medo nas potenciais vítimas do presumível vilão

Ou seja “chantagem” permanente, apoiada poderosamente nos meios de comunicação social (já repararam que os escribas lá desses locais se copiam uns aos outros, sem qualquer capacidade de inovação ou questionamento das verdades oficiais) bem como numa mensagem totalitária de demonização do “outro” de constante comparação com o “o tempo da velha senhora”, para dessa forma não resolver qualquer problema e para nos auto condicionar para vivermos numa situação de semi-escravos.

É necessário, pois, fomentar – sempre, permanentemente – este medo latente do vilão, para que as pessoas se sintam gratas ad aeternum aos magnificos herois. Ou seja quem não for lá do clube dos herois (ou aquele que não comprar o Kit de Sócio) fica com a “culpa” que é feita sentir a todos aqueles que não se juntam a eles para lutar contra os vilões.

Precisam dessa predisposição latente nas pessoas para existirem e parecerem alternativas. Este “jogo” de culpas e de jogar com as culpas, foi feito quer pela “esquerda”, quer pela “direita” políticas.

Ou seja: é necessária esta culpa de tamanho gigante (ou king size, como agora é mister dizer) e estes “inimigos úteis”.

O que leva à seguinte questão: “eles” acreditarão mesmo na democracia?

APOSTILHA: este postal foi escrito a pensar num comentário de um estimado anónimo (colocado neste blogue) e que do alto da sua sapiência abrilina me veio esmagar (diria mesmo arrasar) com informações que ele tem, fruto dos seus estudos profundos nas magníficas escolas que frequentrou. O facto de não ter percebido o que eu pretendia dizer nesse postal sobre o ouro dos cofres do Banco de Portugal nem sequer é relevante. Pode ser fruto da minha incapacidade de expor o meu pensamento. Mas todas as ocasiões são boas para demonstrar a sua admiração pelos anti-fascistas face ao perigo (enorme, piramidal, mirabolante, fulminante) que advém dos “maus da fita”, os “vilões” nazi-nipo-fascistas, admiradores do ditador,e patati-patatá.

Também é uma mensagem de amizade a um bom candidato às Eleições europeias que se avizinham. Mesmo com ideias e princípios não vai lá. “Eles” não vão deixar. No entanto não deixarei (modestamente) de o apoiar.

PROVARAM O VENENO






... agora aguentem-se.

Uma das patati – patatás dos “atlantistas” de serviço aos médias, principalmente das TV, é que Israel é a “única democracia” daquela região asiática. E repetem-no até à exaustão, convencidos que assim “convencem” os caros utentes da “massificação programada”.

Mas, tam tam!!!!, eis que de repente surge a barracada. Então não é que os nossos comparsas asiáticos começam também eles a mandar a dita “democracia” (que “eles” reafirmam – com voz grave e em êxtase – ser verdadeiramente praticada lá nas margens mediterrânicas) a uma certa parte que todos nós já ouvimos falar.

E que foi desta vez?

Como sabem, cerca de 20% da população que está dentro das fronteiras de Israel, (as legítimas e as ocupadas) é árabe e mais ainda praticante do Islão. Está confinada é certo, mas mesmo assim representa um perigo para um estado confessional, baseado – segundo eles – e legitimado pela pertença rácica e/ou religiosa. (vide a lei de regresso...)

Pois agora a Comissão Eleitoral israelita decidiu proibir a comparência às urnas dos dois partidos árabes lá da terrinha: o Balad e a Lista Árabe Unida. Em conjunto tinham 7 deputados no Knesset. Quantos árabes vai haver nas próxima legislatura: zero, é claro. 20% da população não pode estar representada. Viva a única democracia do médio oriente, viva!!!

É claro que os árabes também já não podiam entrar no Exército, etc..., mas pelo menos “eles” ainda fingiam que ouviam 20% da sua população. Agora nicles...

Bem pode o pobre do Ahmed Tibi, dirigente da Lista Árabe dizer que “este é um pais racista, mas estamos habituados a este tipo de batalhas...”.

Garanto-vos, contudo, que vamos continuar a ouvir dizer nas TVs os “atlantistas” de (e ao) serviço jurarem a pés juntos e pelas suas mãezinhas que Israel é a única democracia lá do sítio.

Com democracias destas ...

OS NOVOS ACELERAS ...




Oh para “eles” a ultrapassarem a crise. Que maravilha. Quais “ratings” negativos, quais nada. Somos os primeiros, os melhores, os aceleras mais aceleras de todo o mundo... até temos o magalhães ...

E AINDA ACREDITAM NO BOMBEIRO?






Alguém duvida que “eles” são capazes de apagar o fogo?
Só os “velhos do Restelo” é que não acreditam na qualidade dos “nossos” admiráveis bombeiros de serviço ... “Eles” até são amigos do Obama ... (que pena “ele” não ser socialista, e se ir preocupar apenas com os interesses do império ...)

sábado, janeiro 10, 2009

Resposta a um anónimo


"E porquê só merecem consideração as crianças mortas neste conflito?
E todas as outras que morrem e morreram em conflitos presentes e passados
E as que já morreram em Israel?"
Pergunta um estimado leitor do meu postal de 3 de Janeiro, "Ano novo, vida velha"

Pois meu caro leitor, aqui estou eu para lhe tentar explicar as razões da minha posição.

Antes de tudo o mais esclareço que não aceito, não tolero, complica-me com os nervos que homens e mulheres armados de armas (algumas delas terríveis) se dediquem ao notável esforço de matar crianças sejam elas quais forem. Atirem para cima de homens armados (combatentes como vós). Dêem e levem tiros. Isto é a guerra. Visão idílica dirão. Não racional e inteligente. (até porque os familiares dos mortos serão os novos combatentes de amanhã...)

Quem fez já a guerra sabe que as principais vítimas de uma contenda são sempre os civis. Compete aos quadros que "comandam" militares (e aqui comandam não se resume a dar uns gritos e umas ordens mais ou menos tecnicamente correctos) criar e manter um enquadramento e formação dos seus subordinados que iniba disparates ou vítimas inocentes. Qualquer comandante em TO sabe do que estou a falar.

A imagem (terrível para mim) de umas crianças judias (neste caso)a mandarem mensagens de ódio para as crianças palestinianas que vão levar com as bombas que as "criancinhas" amavelmente assinam, sob o ar complacente dos professores que as acompanham e dos militares que dentro em breve as vão disparar dos seus 155, é mais reveladora do que mil palavras que eu possa dizer.

A cultura do ódio é feita (nos dois lados - e não só do lado árabe) desde a mais tenra idade.

Outros - os mais "atlantistas" (eufemismo, em politicamente correcto, para definir os pró americano/judaicos) dirão do alto da sua enorme sabedoria: Pois as crianças morrem porque os terroristas (jargão atlantista para os árabes ocupados) se misturam com a população civil, logo também eles a transformam em alvo. (não há cão ou gato - jornalista, comentador, etc que não utilize este argumento). Só os palestinianos é que seriam capazes disso. Que desprezo pelas vidas do seu próprio povo (sic e resic).

Trata-se de uma argumento que reulta apenas para aqueles que pouco ou nada pensam, ou pouco ou nada sabem da história. Alguns acumulam...

Relembremos:

Desde sempre (e penso - para não ir mais longe - nas resistências de diversa índole do século XX - resistance française; partigiani italianos, jugoslavos, sei lá, etc., nos movimentos ditos de libertação em Angola, Moçambique, Guiné, Vietname, Argélia, etc, sem esquecer a OAS ou ainda a resistência portuguesa pós 25 do 4, todas as guerras foram feitas com os combatentes imersos na população. Na sua população, no seu povo! Foi assim que oficiaram os combatentes numa guerra contra as leis oficiais da guerra! Não é pois um exclusivo dos "malandros do HAMAS"! A resposta das forças "legalistas" (signifique isso o que signifique) é que foi diferente da resposta israelita. Por exemplo. Quando o 10º RCP francês travou a batalha de Argel não bombardeou a Casbah. Não, entrou rua a rua, lutando casa a casa, atirando contra os locais de onde era atacado. No caso português não venceu a teoria de um "oficial" de Abril que queria à viva força atirar umas morteiradas de 81 contra aqueles que atacavam e destruiam uma sede do PC numa localidade no centro de Portugal. Porquê? Porque houve outros oficiais (mesmo que fossem de esquerda) que sabiam que iriam causar dezenas ou centenas de vítimas entre civis - homens, mulheres e crianças - que acompanhavam a destruição. Venceu o bom senso, enfim.

Mas a doutrina oficial de Israel, tal como a dos EUA, é a poupança - radical, digo eu - dos seus efectivos. Poucos mortos entre os nossos, mesmo que do lado deles sejam aos milhares.

Sabem de antemão que nunca serão julgados em Tribunal Penal Internacional... Não são sérvios, nem croatas, nem sequer alemães...

É isso que nos diferencia. É contra isto que eu grito. É esta a "cultura" que eu recuso. Quer Israel, quer os EUA tem o direito de defenderem os seus soldados. Mas não à custa da barbárie e da morte aleatória.

Contra as crianças - o futuro - nada deve ser feito. De um lado e do outro. Esta é a minha posição. Para quem tiver um estômago bem forte e não se arrepie com as imagens deixo-vos aqui um link para verem o resultado daquilo que eu disse. Mais uma vez peço às pessoas sugestionáveis ou mais sensíveis, para não abrirem esta página.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Uma vida vivida. Reflexões ainda do período natalício

“Natal de 1941:

“Uma tempestade delirante rodeia-nos (em turbilhões loucos) a nós pobres corpos de soldados com as mãos geladas.

Volto de um posto atravessando a ruidosa noite: e apesar dos meus esforços para continuar eu próprio, sinto-me triste. Queria estar só, abandonar-me por instantes a essa dor invisivel, essa melancholia de estar perdido no fim do mundo, … dor que soa como um gongo, martelado sem fim .

Olho para o abrigo, observo um presépio que um dos nossos desenhou nas cinzas da Madeira. Estamos verdadeiramente no estábulo de Natal, nada lhe falta. Só os anjos e as estrelas desertaram do céu.

Tivemos uma missa do Galo verdadeiramente patética. Apoiados nas nossas armas porque esperamos um ataque. Esgueirámo-nos através da espessa neve para aqui estra, deixando uma companhia de guarda…

No fundo teria sido belo morrer nesta noite. Por vezes a vida parece-nos tão difícil de ser vivida, tão dolorosa para ser pensada. Mas nunca serei um cobarde….

… Esquecer que temos uma sensabilidade, uma alma ardente. Quem nos ajudará a esquecer? … E a alma deve ficar alta, orgulhosa, inquebrantável. E fica-o. Mas as nossas vozes gementes… Que vazio. Que abandono, o desta noite”

Léon Degrelle
Feldpost

Que lição. Que viagem ao fundo do desespero. Mesmo aquele que corajosamente tudo deu pelas suas ideias, que demonstrou na prática que sabia traçar as linhas de um futuro possível no meio do grande caos. Mesmo aquele a quem Barrés chamou apropiadamente um “professor de energias”. Mesmo um católico tão empenhado como ele. Pois também ele – o grande exemplo –conheceu o desepero. Nada de mais para nós – pobres e meros mortais.

Mas isto leva-nos a uma reflexão: qual a diferença profunda entre o desespero e a ausência de esperança. Esta última atitude, que parte contudo das mesmas premissas leva-nos a uma atitude passiva que tem atingido tantos dos nossos.

“Não acredito em nada nem ninguém, Já nada espero. Não vejo qualquer horizonte politico. Acredito que o pior está para vir no campo étnico e social. A morte lenta e suavemente tépida é desejável. No fundo já não acredito na minha salvação como indivíduo e membro do grupo. Já não vale a pena lutar. Deixem-me no canto à espera do fim (e pode ser pequenino, nada obriga a que seja grande…)

Mas por outro lado o desespero de Degrelle (momentâneo e datável) é salutar. Faz-nos descer aos infernos para em seguida voltar repleto de força para combater todos os demónios que nos rodeiam (mesmo os nossos – não houve já quem chamasse à guerra que por vezes travamos com nós prórios a verdadeira “Guerra Santa”?).

Não nos esqueçamos que o mundo que “eles” nos querem impor implica o desparecimento daqueles que por vezes tem desepero, mas voltam imperialmente à luta. O que “eles” querem é gente da outra.

Pois compete-nos a nós – mesmo com momentos de desespero – erguer nas mãos o facho que alumie o caminho. De que este texto de Degrelle é um exemplo notável – dar-lhes a resposta. Formar alas no Partido da Estrela Polar no sentido das palavras de Evola. Mesmo com desespero fiquemos sempre fiéis aos nossos Ideiais. Mesmo contra tudo e contra todos. Mesmo com tudo a parecer que se desmorona. Mesmo que tudo pareça perdido.

E pensem uma coisa. No momento do balanço final a diferença entre o débito e o crédito terá de ter – para nós – um resultado sempre positivo.

É isso afinal a única coisa que contará!

Apesar das vendas brutais …

Pois no meio desta crise toda que se está a abater sobre Portugal ainda temos algumas boas notícias:

Em percentagem do PIB Portugal ainda é o 2º País do mundo com maiores reserves de ouro. 4%. Melhor que nós só a Suiça, com 6,9%.

Em termos absolutos e em milhares de milhões de US $ somos o 11º, com 7,8 mil milhões.

Não é muito (aliás, já não é muito), mas calculo que haverá alguém lá para os lados de Santa Comba Dão que do outro mundo nos está a lançar um sorriso bem malandreco … Fonte: The Economist, Pocket World in Figures, 2009 Edition, London, pp. 26, 38

Apostilha: estes valores são dados com a cotação da onça de ouro em finais de 2006. Com a escalada do valor aurífero quer a percentagem quer o valor aumentaram significativamente.

Como me recordo da velha frase de Salazar quando as burguesias capitalistas quiseram à viva força impor a Portugal os “chamados direitos especiais de saque”, (em linguagem simples: figura que permitia trocar ouro por papéis que diziam valer ouro): “nós não vamos ser sacados, vamos ser saqueados…). E não houve nada para ninguém …

Na Argélia, tudo bem…

Foi publicada na Argélia, em 2007, uma Lei para defender os nossos estimados amigos argelinos das intrusões das religiões estrangeiras. Os politicamente correctos da nossa praça nada disseram. É normal e desejável preservar a identidade nacional e religiosa da nossa terra.

Pois esta lei, digamos uma Lei de Nuremberga ao contrário não suscitou dúvidas em ninguém. Nem o poeta alegre e sus amiguitos berloquistas protestaram. Acho muito bem e nada chocante.

O Estado argelino simplesmente aplicou ao seu direito civil o Islão. Um Muçulmano não pode converter-se a outra religião. O inverso, sim. Sempre foi assim. A liberdade monoteísta no seu esplendor…

O escândalo não é que as Igrejas católicas fechem na Argélia. O escândalo é que em simultâneo abram mesquites um pouco por toda a Europa. Veja-se o que se passou na Alemanha quando um grupo de transviados fascistas, sem carácter nem maneiras, tentaram impedir a construção de uma Mesquita no coração da Mittel Europa. Esses não tem direito a pronunciar-se. Nem sequer a existir, pensarão alguns … Mas na Argélia é diferente… (e já agora no Líbano, na Terra Santa, na Indonésia … . Mas eles tem de ser desculpados e compreendidos. Foram vítimas da cobiça e codícia do fardo da raça branca … e já agora do proselitismo dos decadentistas do Vaticano…

A propósito do PC

Politicamente correcto, entenda-se…

Os vendedores de paraísos parecem-se cada vez mais com os guardas do inferno, com os seus tridentes flamejantes.

Vemo-los preocupados (verdadeiramente preocupados, diga-se de passagem) com os direitos das mulheres, dos homosexuais, das benetonices, das religiões).

Mas há uma coisa que eu não entendo. Se a política oficial e oficiosa impõe (sob a ameaça de pesadas penas de cadeia) uma política única e indiscutível de igualdade. Se uma mulher vale o mesmo que um homem, se um homosexual o mesmo que um hetero (ía-me escapando a pena para a anormalidade de lhe chamar “normal”), se um branco o mesmo que um negro, se um devoto de Yahvé o mesmo que um devoto de Maomé ou de Cristo. Então porquê tantas ameaças? Agindo assim esta “bófia” anti-sexista torna-se sexista, a anti-homofóbica homofóbica, a anti-racista, racista, etc. E tudo isso porque defende apenas uma das partes, quando perante a sua lei todos valem o mesmo.

Ou seja também eles tem de ir de cana.

Sim, porque ou há moralidade ou comem todos

O nosso futuro já foi vivido:

Ora façam o favor de ler as palavras do escritor russo Vladimir Bukovsky sobre a União Europeia:

“É surpreendente que após ter enterrado um monstro - a URSS - se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).

O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo examinando a sua versão soviética.

A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.

Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.

Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escancarada?

A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.

Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.

Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de destruir os estados-nação para que deixem de existir.

O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (…)

Eu já vivi o vosso «futuro»…”

Apostilha: O sistema vai falir e cair , (e se calhar mais cedo do que se pensa ...). O novo estalinismo (o “politicamente correcto” já fez vítimas reais em Portugal (já há, houve e haverá presos... na cadeia ou com pulseira electrónica ... Para já ainda não muitos, mas esperem pela pancada... Não hei-de morrer sem ver construir mais cadeias. Uma espécie de Campos Pequenos de que nos falava – com muito carinho e amor guevaristas – o nosso inefável Otelo. Só que agora em nome da liberdade democrática – do estado de direito, da autonomia do ministério público e patati patatá - e não da revolução).

Preparemo-nos. Mas a esperança é que nos nossos meios possa emergir um Putin desconhecido que nos consiga colocar de novo do carreiro certo. Mas não nos esqueçamos que o combate cultural na ex União Soviética (que o precedeu e lhe abriu o caminho) começou cerca de 20 anos antes do fim da utopia. E nós não vamos ter 20 anos .... Despachem-se, sff!

Mãos à obra


Depois de nos últimos meses do passado ano de 2008 ter sido bastante “sostra” no que se refere ao conjunto das actividades bloguísticas (ler, escrever, meditar, comentar, divertir-me e divertir os meus leitores) sinto-me este ano com vontade para recomeçar e recuperar o tempo perdido.

E para isso nada melhor do que pôr mãos à obra. Depois se as circunstâncias mudarem e me obrigarem a não cumprir este meu desejo, desisto. Morrer sim mas de pé, nunca às prestações.