segunda-feira, junho 30, 2008

Honra e Glória Eterna, oh Grande, Enorme Líder ,,,

Não, não estamos na Coreia do Norte. Não, "tampouco" estamos nos gloriosos e omniosos tempos de Estaline, menos ainda estamos a venerar o Grande Educador da Classe Operária, Mao Tze Tung.

Somos mais simples, Aqui o "culto da personalidade" é de "OURO".

Mais eu diria que é verdadeiramente de "LATA".

Trapalhices do joão do sião

"É um psicopata ostentativo - ou seja, é capaz das mais extremas atitudes para que continuem a prestar-lhe atenção."

Não sou eu que digo é um cristão novo que eu cá conheço (de há poucos dias para cá).

Porquê? Porque quem com ele não concordar leva logo com estes epítetos. Outro por ele utilizado é o de "mitómano".

Afinfa-lhes rapaz, quanto mais os insultares mais eles são lidos e conhecidos.

Pessoas há que à falta de argumentos insultam as pessoas. E eu estou, sem querer, a ir pelo caminho dele (que horror!!!).
Então não é que lhe chamei "cristão novo". Não queria, peço desculpa...

100 anos do 5 de Outubro



Andam todos num afã agora que a loja resolveu comemorar os 100 anos do Outubro de 191o.
Francisco Carromeu, um das pontas de lança da chafarica assumiu, desde já, a liderança (provisória, parece) do comemoracionismo.

Carromeu é o defensor da tese (também de Aquilino, o transplantado para o panteão...) de que o Buiça e o Costa mataram o Rei e o Principe por não se encontrar João Franco à mão de semear (ou melhor dito: à arma de disparar).

No entanto Carromeu é de ser lido porque revela muita, mas mesmo muita coisa que "eles" nunca tinham confirmado. A acompanhar com interesse e curiosidade

Cristeros - a Guerra desconhecida





A minha Homenagem aos Cristeros que no México lutaram, até à morte e quase total aniquilamento.

O seu esforço não foi em vão. Ajudaram (e de que maneira) à vitória das forças nacionais em Espanha em 1939. Os portugueses foram assim poupados a uma (mais uma) guerra civil, e a posterior invasão na 2ª GM.

Mais preciosidades do Baú





Encenadas, é certo, mas são documentos interessantes da época.

Shirley Temple Falangista



Mais uma preciosidade. Brinquedo para raparigas anos 40, (para recortar) - editado em Vigo

terça-feira, junho 24, 2008

Chafaricas


O Jornal El País de anteontem traz a notícia (entretanto já dada neste blogue) de que a Maçonaria se propõe intervir (de forma decidida) nas comemorações do centenário da "sua" república.

Os jornais de cá disseram o costume: nada

Então o Walesa também era ...

Rebentou a bronca na Polónia. Afinal o Walesa também foi bufo da polícia comunista.

Esta é a afirmação de um livro recém publicado "Lech Walesa e os Serviços Secretos", de Slawomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczykand, dois historiadores do Instituto Nacional da Memória, entidade criada para investigar os crimes da era nazi e comuna. Para isso tiveram acesso privilegiado a 86 km de prateleiras dos arquivos da polícia política polaca.

Walesa nega veementemente.

Os autores, contudo, mantém as suas afirmações: "nas primeira metade dos ano 1970, Walesa foi agente com o nome de código Bolek" "os documentos que possuimos revelam que ele fez relatórios sobre mais do que 20 pessoas, e que algumas sofreram perseguições da polícia". As mesmas acusações já tinham sido feitas há cerca de 16 anos, mas foi abafada.

A acompanhar.

Outra preciosidade dos anos 40



Um desenho animado esqucido. Não foi só Disney que se alistou na campanha de guerra de propaganda dos anos 40. Apreciem.

Uma preciosidade de 1909



Composta ao Piano por Charles Maurras (sim, também era músico) e com letra de Maurice Pujo. A nata da Action Française. Ano 1909.
Ficou Hino do Movimento.

Uma preciosidade e uma raridade

quinta-feira, junho 19, 2008

A Internacional



Dedicada a todos os bloquistas, marxistas, comunistas, etc, responsáveis por cem milhões de mortos e que (com excepção de Ceausescu e da sua mulher Elena) nunca responderam pelos seus crimes

Uma canção de homenagem



Não que a música seja muito boa, mas ... como recordatório dos mortos serve ...

Michel Leroy - Cultura, Lucidez, aptidão para a acção




Leroy foi morto pelos comandos Delta no dia 18 de Janeiro de 1962. A seu lado caiu também o seu Camarada René Villard. (os comandos Delta eram – na estrutura da OAS os responsáveis pelas acções armadas e eram dirigidas pelo Tenente Degueldre – posteriormente mandado fuzilar por De Gaulle).

Este é o facto brutal. Assassinado pelos seus próprios companheiros de luta (Degueldre e o capitão Le Pivain). Não por qualquer traição (impensável no caso de ambos), mas sim porque eram incómodos para os chefinhos da OAS (Jean-Jacques Susini à cabeça).

E incómodos porquê?

Esta resposta constitui o cerne do problema. As clivagens das chefias OAS eram enormes. De um lado aqueles que acreditavam que só uma revolução e a eliminação física dos traidores lhes permitiria vencer a sua causa. Do outro aqueles que queriam trazer para o redil a ovelha tresmalhada (De Gaulle). Ou seja se a luta era apenas na Argélia ou também na França Metropolitana.

Recordemos que a OAS foi – de início – um movimento militar. No entanto a “mão de obra” lutadora veio dos civis. A Jeune Nation, a FEN (Federação dos Estudantes Nacionalistas e outras organizações de base foram essenciais à montagem de toda a estrutura e ao sucesso inicial da luta). Também se deu o caso de muitos gaulistas desiludidos terem acompanhado a OAS – Bidault e Susini. E foram estes os responsáveis pela derrota anunciada.

Leroy era um jovem engenheiro de petróleos. Primeiro chefe da Jeune Nation na Argélia (recrutado por Dominique Venner – actual Director da NRH). Fez o seu serviço militar como miliciano nos páraquedistas. Com a revolta dos generais fornece à estrutura da OAS cerca de mil combatentes provenientes da JN e da FEN. São eles que criam os Comandos Z (assim nomeado por influência de Jean-Marcel Zagamé – militante nacionalista e futuro criador – com Benoist do movimento GRECE).

Leroy está em contacto permanente com as estruturas politicas da Metrópole. Defende junto da direcção da OAS a criação da ossatura politica que permita o sucesso da organização). Susini opõe-se-lhe.

Transcrevo de seguida algumas palavras de quem viveu estes acontecimentos. Trazem todas as lições que devemos tirar deste acontecimento:

“De Gaulle e a F.L.N só tinham um objectivo ao qual condicionaram toda a sua estratégia: a independência da Argélia. A OAS, pelo contrário não tinha qualquer ideia directora nenhum princípio político. Não porque não houvessem homens capazes de os elaborar, mas porque um só homem – Susini – por ambição pessoal tudo fez para afastar os partidários de uma solução mais radical. Isolou o Coronel Argoud e a organização espanhola e portuguesa da OAS, que defendiam que nada era mais urgente do que a adopção de uma politica coerente e de uma doutrina. De igual modo fez aniquilar os nacionalistas cujos actos eram ditados por uma doutrina que já possuíam antes da Guerra da Argélia.

O que os nacionalistas rapidamente tinham compreendido era o facto de que a acção na Argélia nunca teria sucesso se não fosse acompanhada por uma acção na Metrópole. Era a eliminação do regime e do seu chefe.

Sob a influência de Susini o General Salan não desejava o poder. Era mesmo contra. Quando Bastien Thiry organiza o primeiro atentado contra De Gaulle Susini e Salan enviam uma carta ao Le Monde manifestando-se contra esta tentativa de eliminação.

Em resposta os nacionalistas enviam Louis de Charbonnières a Argel com uma carta para Salan. Susini impede a sua entrega e tenta expulsar da OAS os representantes da solução revolucionária. O seu alvo passou a ser Leroy. Não o conseguindo remover (dado o seu poder e número de seguidores) Susini fez executar os dois chefes nacionalistas. Os comandos Z foram dissolvidos e os militantes que restaram integrados nos comandos Delta.

A OAS na Argélia morreu com a morte de Leroy. Foi só uma questão de tempo. Mais do que a comoção pelo assassinato de um Homem tão respeitado e acatado foi a perca da última possibilidade de vitória. Um levantamento militar coordenado na Metrópole e na Argélia, com a eliminação física de de Gaulle.

Resta recordar os mortos e tirar as lições de um falhanço.”

À laia de fim de postal:

É necessário renunciar ao activismo estéril e substitui-lo por um lento trabalho de sapa – sempre apoiado na doutrina. O combate nunca é pontual. Não são cem metros em 10 segundos. É uma maratona. E essas “horas de corrida” (por vezes até à exaustão) são a marca da Fidelidade e da Honra

Os mortos que forem esquecidos morrem duas vezes. É nossa obrigação manter este dever de memória. Michel Leroy, que entrou, de pleno direito, no Panteão dos Nacionalistas continua e continuará vivo.

Porque é no coração dos vivos que habitam os nossos mortos.

Apostilha: Não quero deixar de vos proporcionar um texto sublime sobre Leroy. Está em francês. Penso que muitos o conseguirão ler. Vale a pena:
“Parmi ceux qui ont livré bataille pour conserver l'Algérie à la France, en montrant les qualités qui caractérisent le héros selon Malraux : culture, lucidité, aptitude à l'action, une place particulière revient à Michel Leroy.Cet homme qui avait L'Algérie au cœur, était ingénieur des pétroles sahariens. Aussi avait-il une claire conscience des enjeux géopolitique liés à ce conflit.
En décembre 1956, quand D.Venner se rend à Alger pour lancer le mouvement " Jeune Nation " de Pierre Sidos, Leroy en prend la direction. Avec enthousiasme et détermination, il s'active à rassembler une phalange puisant parmi les plus purs de la jeunesse pied-noire. Dans cette tache, il fut aidé de responsables de la de Marcel Amieux et Fernand Formon. Ces réseaux formés à l'école de Jeune Nation, seront un jour les hardis commandos Z de l'OAS aux côtés des célèbres Delta.
Michel Leroy avait d'abord servi à la demi-brigade de chasseurs basée à Rastadt, puis en Algérie au 4ème BCP.
Dans " Le Cœur Rebelle " (Editions Les Belles Lettres) D.Venner a su brosser un tableau ardent de cette époque, évoquant avec amitié et respect cet homme d'exception. Certains se souviendront peut-être des réunions que ce dernier tenait du côté du parc de Galland ou rue Charles Péguy, dans l'immeuble du " Coq Hardi " (ce cabinet d'assurances qui servit de base aux militants pendant la semaine des barricades). Là, se modelaient les âmes qui s'opposeraient vaillamment à la stupide et lâche politique fomentée par Paris.
Quand sonna l'heure de la grande bataille, Michel Leroy regroupa ceux de Jeune Nation, la fédération des étudiants nationalistes et les réseaux de France-Résurréction animés par Roger Villard pour engager le duel contre l'esprit retors qui dirigeait alors la cinquième république.
Jusqu'au bout, Michel Leroy, tenta d'alerter l'Etat-Major de l'OAS sur les faiblesses fatales à toute organisation de combat qui manque d'une ossature idéologique forte. Jamais L'Organisation secrète ne fut capable de définir une vision cohérente, une stratégie véritablement révolutionnaire conduisant à la prise du pouvoir et cela contribua à sa perte.
A ces défaillances mortelles s'ajouta une querelle de chefs bien inopportune et particulièrement sordide. En janvier 1962, une purge sanglante frappa Leroy et Villard, précipitant le naufrage général. Ainsi que l'écrit D.Venner : " être tué par les siens dans les déchirements de la guerre civile, on ne peut imaginer mort plus tragique. Il l'affronta, je le sais, sans peur, sans prière ni espoir. "
De cette tragique aventure, il est bien le seul à être sorti grandi.
A côté de statues indestructibles, malgré ces temps qui profanent tout, le voilà à sa place dans le Grand Livre d'Or du Nationalisme Français.

A propósito de uma discussão

A visita (há cerca de mês e meio) a um Amigo doente permitiu-me recordar uma famosa discussão tida (nos arredores de Toledo) com elementos do interior, numa altura em que alguns de nós penávamos no exílio.

O cerne da discussão tinha tudo a ver com a experiência que alguns de nós tínhamos tido nas nossas ligações juvenis à OAS francesa.

(Nota: para os mais novos a OAS foi uma organização politico militar francesa que combateu por uma Argélia francesa contra De Gaulle e sus muchachos. Foi também o embrião de um movimento verdadeiramente revolucionário na França e na Europa – acabada de apanhar pelas ventas com a sua menoridade nas crises de 1957, que revelaram o verdadeiro papel que os vencedores de 1945 – os USA – nos tinham destinado). Só acabou depois de largas centenas de mortos (alguns executados oficialmente – outros assassinados pelos “barbouzes”(a) e ainda outros – (a larga maioria) presa ou exilada)

Toda a discussão tinha a ver com as consequências politicas da luta armada que então decorria em Portugal. Alguns militares estavam connosco na análise que fazíamos que para além da luta anti-comunista pura e dura, deveríamos (em simultâneo) criar uma ossatura ideológica que permitisse propiciar as condições de instauração de uma nova ordem politica e social no Portugal pós Abril.

(Aliás, mais não fazíamos que imitar o MFA que necessitou dessa ossatura e foi buscá-la onde existia – ao PC. Porque o 25 do 4 foi feito para acabar com a maçada da guerra, correr com Marcelo e também contra os oficiais superiores que lhes barravam a progressão nas carreiras. O erro dos “mfaiosos” foi não terem entendido isso. Pensavam que correndo com os generais tudo era fácil. Esqueceram-se, contudo dos Coronéis e restantes oficiais superiores – e foi aí que (quase) se “lixaram”...)

Se foi fácil convencer alguns Oficiais do Quadro e alguns dos militantes mais empenhados no combate, vimo-nos, contudo, enfrentados por um certo número de “velhotes”, quase todos filhos do Estado Novo, que declararam comprometer-se apenas na luta armada (como simples apoiantes – que também na situação que se vivia poderiam ter a sua importancia) ou “meramente de esclarecimento”(?) – tout court – sem quaisquer veleidades politicas. Mário Soares e Sá Carneiro que governassem! Assim mesmo. E que os “americanos” só nos ajudariam se assim fosse. Ora, bem retorquíamos que dos “americanos” não tínhamos qualquer apoio, nem sequer contávamos com eles, mas os nossos opositores não desarmavam.

A certa altura da discussão um dos nossos opositores (dos mais jovens entre a velhada) voltou-se para o Rodrigo Emílio e contestando a “lembrança” do nosso Rodrigo sobre o fim da OAS provocada pela eliminação de Leroy, afirmou que o que estava em causa era a contenção do desastre e não uma nova revolução.

Como é óbvio a discussão terminou ali. Cada qual foi à sua vida. Os “velhos do Restelo” foram, como é óbvio, para o MDLP. Os outros continuaram a sua vida tal como delineado.

E nem de propósito, não é que passado tão pouco tempo, venho a encontrar ontem – nas minhas deambulações pelos blogues franceses um recordatório de Leroy. Por nada de especial, só por um dever de memoria a um Homem excepcional. E a uma situação excepcional.

Mas para a sua compreensão tenho de escrever mais sobre quem foi Leroy e como se comprometeu a luta de tanta gente em nome dos interesses pessoais e políticos de alguns. Isto é uma constante da(s) “nossa(s)” história(s) e convém recordar estes pequenos factos que podem encerrar lições para o futuro. É apenas por isso que acho que vale a pena relatar estas “coisas” envoltas em misérias morais e de politiquices reles em que, infelizmente, também me vi envolvido (à força, claro).

É uma lição de estratégia politica numa situação de tensão. Acho importante passar as experiências que vivemos e/ou as que estudámos (profundamente) para que numa situação futura os mais jovens possam ter ensinamentos do passado (mesmo que os que as viveram já estejam demasiado velhos ou mortos para sequer serem ouvidos).

Apostilha:
(a) Barbouzes foi o nome dado a um grupo de homens ligados a De Gaulle e que incluía antigos resistentes gaulistas, membros dos serviços secretos, policias, gente ligada às máfias criminosas de Marselha e até antigos auxiliares franceses que a Gestapo recrutou no "milieu" e mais tarde perdoados por De Gaulle a fim de o ajudarem nos trabalhos sujos. Esses elementos matavam, raptavam e torturavam os membros da OAS e militantes nacionalistas à margem das leis da república. Foram os responsáveis da morte de cerca de 450 elementos. Também sofreram muitas mortes. A título de exemplo, dos 300 que foram para Argel mais de 100 foram abatidos pelos Comandos Delta. A sua coroa de glória foi o rapto do Coronel Argoud na Alemanha. Nunca nenhum deles foi condenado...

segunda-feira, junho 16, 2008

Mais depressa se apanha um mentiroso ...

Hoje, no Público, lá vinha um senhor dos serviços secretos usa declarar que o Bush queria apanhar o Bin Laden antes de acabar o mandato. Até aí tudo bem... Cada qual tem as fixações que quer.

Mas eis senão que o homem descai-se e diz: "Se ele (Bush) puder dizer que matou Saddam Hussein e capturou Bin Laden pode argumentar que deixou o mundo mais seguro".

Ou seja cai pela base toda a retórica demo americana (incluindo o porreiro pá) em que nos passaram a vida a dizer que não tinham nada a ver com o enforcamento do Presidente do Iraque. Que aquilo era um problema interno do governo de lá, etc..

Ou seja em que ficamos: quem mandou matar o Presidente Saddam foi o Bush ou o fantoche de Bagdad.

Todos nós sabemos a resposta, mas fica mal a "eles" admitirem-no desta maneira tão foleira...

Tomadas de Posse

O Senhor Silva deu posse aos membros da comissão que vai organizar as "comemorações dos cem anos da república".

Tem lá um capitalista socialista, tanto quanto eu me apercebi.

Lá o Senhor Aníbal Silva pediu que as comemorações não fossem contra ninguém, mas sim realçando só os factos positivos(?) ...

Bem prega Frei Tomás...

E digo isto porquê?

Porquer nas eleiçõs lá para a grande Loja (que não a do Queijo Limiano) o ganhador prometeu (e lá as promessas eleitorais são para cumprir...) que iria criar uma "comissão de acompanhamento maçónico" dos trabalhos da tal comissão oficial.

Razões: destacar o papel fulcral lá dos lojistas na criação da república (também tinham tido papel preponderante quanto transformaram a Monarquia em república coroada após a guerra civil(?) (e o papel dos mercenários estrangeiros, qual foi...).

Só vos digo que vai ser lindo, garanto-vos. Comecemos, desde já, a preparar as contra comemorações, e deixemo-nos de canduras.

Apostilha: Não sei se se aperceberam que aquilo lá pela Loja anda tudo à porrada. E já não é só uma imagem de retórica. Pouco faltou para dois lojistas (um deles especialista em perder Companhias que comandava na Guiné) andassem mesmo à bofetada. Foi pena... mas coragem física é coisa que por lá não abunda...

domingo, junho 15, 2008

sábado, junho 14, 2008

quinta-feira, junho 12, 2008

Da surpresa inicial ... à confirmação

Uma das grandes vantagens desta coisa da net é que vemos despontar, saídos de cartolas desconhecidas, um bom número de jovens talentos.

Tenho acompanhado nas últimas semanas - e sem me pronunciar - um jovem de 33 anos que iniciou recentemente um blogue de que hoje vos quero falar.

Trata-se do Oriens. Já está na coluna da direita.

Vão acompanhando. Ali há (muito) talento estético e ético. A conferir amiudadamente.

quarta-feira, junho 11, 2008

A cegueira

... dos que não querem ver.

Com uma especial homenagem ao Humberto Nuno e ao Duarte Branquinho coloco aqui o filme “Kraj” - documentário russo sobre o Kosovo.
Segundo as palavras do seu autor Eugenio Baranov: "isto não é um filme sobre o Kosovo. Este é um filme sobre a Dor, sobre a ausência de solidariedade, sobre a insensibilidade... É um filme sobre o que pode acontecer debaixo dos nossos olhos, sem que ninguém veja"

Filme realizado por Alexanre Zamyslev foi transmitido no horário nobre da televisão russa em Dezembro de 2007.

Aqui o filme é apresentado dividido em 7 partes de cerca de 8 minutos cada uma.

Devemos a tradução do russo para italiano a Manuela Vittorelli, o que o torna legível para todos(ou quase)













E só eu é que não sou democrata?

E que dizer dos muito nossos caros e admirados políticos que regularmente lá vão á festa da urna, escolhidos um a um por uma pequeníssima comissão política de cada partido e a que bovinamente os eleitores (os que restam … cada vez são menos) correspondem indo lá meter a cruz no papelinho e na respectiva urna.

E eu afirmo que eles também não são democratas!

Querem mais uma prova. Eu dou – quantas quiserem.

Leia-se o boletim lá do parlamento europeu.

Dia 21 de Fevereiro de 2008. Proposta do grupo GUE/NGL (comunistas, trotskistas, verdes e etc.):

“Os parlamentares europeus comprometem-se a respeitar o voto do referendo irlandês sobre o tratado de Lisboa”.
(Emenda 32 ao relatório A6-0013/2008 sobre o tratado de Lisboa, apresentado pelos deputados Richard Corbett e Inigo Mendez de Vigo)

Resultado da votação:
129 a favor (esquerdas e direitas nacionais)
499 contra (liberais, conservadores, democratas cristãos e socialistas)

E viva a democracia! Viva

40 anos separam estas imagens

Mestre Maurras


Foi colocado em linha em pdf o livro de Maurras "Kiel e Tanger", com a revisão final de 1921.

Dada a sua raridade aconselho os meus estimados Amigos a descarregarem e lerem este livro.

http://maurras.net/2008/05/29/levidence-de-kiel-et-tanger/

Inauguração do Estádio Nacional - 10 de Junho de 1940





A minha homenagem a António Lopes Ribeiro

Eu estive lá e saí rouco



... e afónico. Pelo menos disse ao "tipo" tudo o que pensava dele...

segunda-feira, junho 09, 2008

Os deuses devem estar loucos

Desde a minha mais profunda juventude acompanhei empenhadamente o mundo sindical. As minhas primeiras investidas politicas (jovem de 14 anos) foram na área do Nacional Sindicalismo.

Não perco um 1º de Maio (excepto no PREC). Contudo – hoje e há muitos anos – não sou sindicalizado.

No entanto tenho reflectido bastante sobre os sindicatos, a sua função num mundo em mudança, num tempo diferente e com condições diversas.

Na altura da última “greve geral” (que afectou – pouco - a Função Pública) assisti incrédulo à destruição (na Televisão) do Secretario Geral da CGTP. Raramente vi um “linchamento mediático” tão profundo. Pareciam lobos a atirarem-se a uma pobre, ferida e indefesa presa.

Fiquei atónito. Pensei cá para os meus botões que aquilo só tinha acontecido em virtude do PC ir descartar-se de Carvalho da Silva. A preparação do Congresso da CGTP deu-me quase essa certeza. Mas eis senão que a ovelha volta ao redil e para ostracizar as correntes berloquistas ele fazia falta.

Assisti esta ano ao 1º Maio da CGTP. Fiquei incomodado. Muitos (a maioria) reformados – eleitorado típico do PC. Uma área (reservada) para a juventude. Á porta controleiros que impediam a entrada aos “penetras berloquistas”. Quantidades ínfimas de jovens. Jovens pioneiros e poucos – muito poucos – mais. Os movimentos anti precariedade (FERVE, etc.) dominados pelo bloco, logo sem representatividade ou visibilidade. Vi mesmo hostilidade. Ou seja os sindicatos como correia de transmissão do partido. E bem controlado.

Continuei a minha meditação. Li os últimos números de sindicalizados. É assustador. Tirando os sindicatos da função pública e local e professores, o movimento sindical morreu.

E isto na CGTP. Na UGT ainda é pior. Os sindicatos já só existem para justificar os acordos e a “concertação social”.

Acabada a mama do fundo social europeu com que o governo cavaquista subsidiou os sindicatos, hoje o panorama é desolador.

Em desespero de causa hoje o senhor lá da UGT veio com a ideia peregrina de criar mais um imposto. Ou seja cada trabalhador não sindicalizado pagaria 0,65% do seu vencimento para os sindicatos, porque (segundo eles) beneficia das revisões dos CCT.

Isto é, os sindicatos ficariam milionários em poucos meses. São milhões de contos por mês!!!

Ou seja em vez de trabalharem e demonstrarem aos trabalhadores as vantagens de ser sindicalizado (coloquem os olhos no sindicato dos bancários) vão pelo caminho mais simples. Vão ter com o pai (o estado) para lhes aumentar a mesada. Trabalhar está de chuva...

Ou seja não aprenderam, não aprendem e nunca mais aprenderão.

É pena porque um sistema sindical verdadeiro faz falta ao equilíbrio nacional. Mas não é com estes. Ai não é não!
Apostilha: Viram a manif da última semana. A maioria eram reformados. Velhas relíquias do 25 do 4. Desolador. Pungente. Ao menos a dos Professores foi bastante mais abrangente. Mas essa foi feita apesar dos sindicatos. Nunca os nossos sindicalistas levaram tanto na corneta. Para de seguida traírem o mandato que viram na rua. OU seja não têm emenda..

A propósito do 10 de Junho




O nacionalismo não é exclusivo nem específico da extrema-direita e há casos mesmo de organizações e indivíduos que se auto intitulam desse leque partidário e que não realidade não o são. Há mesmo casos de estarem em campo oposto, ao valorizarem o internacionalismo europeu, por exemplo.

Eu amo a Europa (como até 1974 amei desmedidamente a minha Pátria de Minho a Timor). E digo-o, e pratico-o.

Não amo a União Europeia. Nunca a amei ou respeitei. Para mim nada significa esta amálgama que irá - a breve prazo – de Rabat a Ancara, passando (como é óbvio para “eles”) por Telavive.

O que eu Amo é a Civilização Europeia. A minha Civilização. A nossa Civilização. Mas sempre dentro das baias das Nações!

Na hora da mundialização, as coisas estão a decorrer de forma célere e em grande escala. Os fluxos populacionais já se contam não em milhares, mas sim em milhões. A Finança já não reconhece nenhuma fronteira.

A Nação, por si só, já não basta para nos defendermos desta realidade que nos foi imposta.

A melhor forma de defendermos a nossa identidade cultural, artística, filosófica e (porque não dizê-lo) racial passa por um aprofundamento das relações entre as diversas etnias e nações europeias. Todo o Europeu (do Atlântico aos Urais) é nosso Irmão. Partilhamos o mesmo destino e as mesmas ameaças. Haverá sempre – nesta fase – mais coisas a unir-nos que a separar-nos.

Das fronteiras setentrionais aos países do Sul, todos temos raízes comuns que nos foram legadas por Esparta, Atenas, Roma e pelo Catolicismo. Somos diferentes, sim, mas poderemos ser rivais em muitas coisas, mas nunca poderemos ser inimigos.

Desejar a nossa civilização solidária e unida não é ser internacionalista. É impedir que as nossas fronteiras de identidade europeia sejam franqueadas permanente e feéricamente por bárbaros que não respeitam, não acatam, não aceitam a nossa forma de estar e de viver, e que mercê de um proselitismo atroz nos querem reduzir a escravos na nossa terra.

Foi por esta Europa que vários milhões de homens deram a sua vida. Foi por esta Europa que o nosso sempre Eterno Leon Degrele se manteve vivo e combatente.

Deixemos pois o acessório e concentremo-nos no essencial. Preparando essa nossa Europa, a nossa!

E até lá – e sempre - comemoremos o nosso 10 de Junho. O nosso dia, não o dia dos penduricalhos governamentais. Não o dia das feiras das vaidades. Mas sim o Dia de Todos os Verdadeiros e Leais Portugueses.


Os outros vão para as praias e para os centros comerciais, ou então (se tiverem pachorra) vão às “cerimónias” oficiais.

sexta-feira, junho 06, 2008

A “patetice” segundo a patética Clotária




Em princípios dos anos 60 (talvez 1962) realiza-se em Lisboa uma conferência de José Maria Péman, no Teatro Tivoli em Lisboa, organizado pela Comissão Distrital de Lisboa da União Nacional.

César Moreira Baptista, já no SNI, tenta à viva força que seja Marcelo Caetano a apresentar o conferencista.

Recorde-se que corria à boca cheia nos meios literários internacionais que nesse ano o Prémio Nobel da Literatura seria outorgado a Péman. Oportunidade de ouro para mais uma prova de “lançamento do Marcelo”, desporto de “elite” mais praticado por toda a marcelagem... (esta é uma blague de Amândio César).

A Clotária Cecília diz no tal livro que “tínhamos convidado o Dr. (sic) Marcelo Caetano para fazer a apresentação...” “mas por causa daquelas trapalhadas na Universidade, em 1962 ... disseram-nos à própria hora que ele não podia vir”
“Então, sem saber como, vejo subir ao palco o pateta do Carlos Soveral ... Fiquei furiosa, ninguém lhe tinha encomendado o recado e sabia que o Marcelo ia ficar a imaginar coisas. Logo que aquilo acabou fui directa a casa de MC para lhe explicar pessoalmente o que se tinha passado, sabia que ele era desconfiado e eu nunca gostei de mal entendidos” (Cascais, entrevista da mestra a Cecília em 5 de Março de 2004)

Agora vamos ao que ela não conta (ou então a mestra ignora):

Factos:

Foi Péman que de longa data conhecia e apreciava Carlos Eduardo do Soveral que sugeriu ser apresentado por ele, tanto mais que na altura era membro do Governo, Subsecretario de Estado da Educação. Péman sabia da fortíssima cultura literária e filosófica do Mestre. Sabia também de que uma das suas características era o de ser capaz de, improvisando, proporcionar uma “charla” altamente estimulante do ponto de vista intelectual. Nada mais natural do que esse convite, que nada teve de politico ou de luta de poder. Olha só, logo o Dr. Soveral...

Mais factos:

Piada do facto revelada por Franco Nogueira: para alem da imediata visita a Marcelo (logo que “aquilo” acabou...) também houve o cuidado de escrever ao Doutor Salazar a dar imensas explicações exactamente sobre esta questão e com uma frase introdutória a denotar medo - mais ou menos isto: "Senhor Presidente do Conselho, ao contrário do que o Dr. Carlos Soveral lhe terá contado..." - e ridícula, na medida em que um simples Subsecretário de Estado nunca, mas nunca, naquela época, chegava à fala com Salazar!

Ou seja sobre a dama estamos esclarecidos.

Por hoje nada mais digo.

Mas vou voltar ao tema, estejam certos

Mensagem oportuna

"Chamar pateta a Carlos Eduardo Soveral, um Espírito que planava não só a alturas impossíveis de atingir por vistas que não lhe conseguissem conhecer a obra, com muito acima do que alcançam pobres admiradores como eu, define a dama melhor do que qualquer outra (des)qualificação.
Abraço"

Foi esta mensagem enviada por um espírito superior, que eu muito prezo, o meu muito Caro Réprobo, que me "amansou" a fúria com que estava depois de ler as "palavrotas" da Cleotária Cecília.

No entanto, não vou deixar passar em branco estas afirmações da dama em questão. Só não vou ser tão mauzinho como originalmente estimava. Não vou descer a esse nível.

Começo, para me acalmar com um Poema de Couto Viana. Perfeito, como sempre.

Sigo com o recordatório escrito por António José de Brito. Assim é fácil inspirar-me. E ficam os estimados leitores habilitados a lerem um belíssimo naco de prosa digno da figura de Carlos Eduardo do Soveral.

Seguir-se-ão em próximos postais algumas recordações, bem como algumas situações familiares que vivi.

Não deixarei de falar de José Maria Péman, o Homem em causa na tal conferência do Tivoli.

Falarei também de Marcelo, não o verdadeiro (o Mastroiani), mas sim do Caetano.

E ... continuarei. Como diz o meu estimado Amigo Nonas é uma "Blogonovela". Omitirei, se me dão licença, os almoços do Lord... e outras coisas do género. Era descer baixo, muito baixo... E eu não estou habituado. Mas que ela merecia, merecia...

Carlos Eduardo do Soveral - 2

"As minhas relações com Carlos Eduardo de Soveral datam de umas boas dezenas de anos, quando fui a Lisboa repetir, no Centro Nacional de Cultura, uma conferência que fizera em Coimbra sobre a “Essência da Monarquia”.

O ambiente era tenso. A maior parte dos assistentes, que se diziam “integralistas” (mas não o eram a sério), preparavam-se para me acolher do pior modo, embebidos como estavam dos absurdos preconceitos neo-liberais, personalistas, anti-totalitários, democrafizantes. Quando terminei a minha modesta palestra houve um silêncio. E foi, nessa altura, que Carlos Eduardo de Soveral se ergueu mostrando a sua concordância e aprovação.

Eu já lera trabalhos seus mas nunca travara conhecimento com ele. Só nessa altura é que o vi em carne y hueso como diria Unamuno. Nasceu, então, uma longa e duradoura amizade até ao trágico momento em que a morte o veio chamar (07-08-2007).

Carlos Eduardo de Soveral era dotado de raras qualidades. Poucos possuíam dotes tão intelectuais em tão elevado grau. Em primeiro lugar, dispunha de uma surpreendente eloquência natural e espontânea. Um empregado de restaurante ficava encantado a ouvi-lo (ainda há poucas semanas no Gambamar, no Porto, me perguntavam se ainda vivia aquele senhor com quem às vezes eu almoçava e que falava tão bem) e tanto quanto um aluno na Faculdade ou um escritor ou um colega docente. Um destes, apesar de ideologicamente nos antípodas, não deixava de aludir, várias vezes, ao brilho das suas lições, que escutara enquanto discente.

Depois, Carlos Eduardo de Soveral escrevia num estilo primoroso, de índole erudita e culta. Não há página dele que não ostente um toque de distinção e apuramento.

Neste triste rectângulo, em que é regra redigir mal, a começar pelo celebrado Prémio Nobel, Saramago, ficamos a dever a Soveral lições de bom e escorreito português, em poesia e prosa.

E que dizer do Saber que perpassa pelos seus cerca de trinta volumes? Carlos Eduardo de Soveral conhecia os nossos clássicos e os do país vizinho de modo aprofundado. Leitor em Barcelona, Salamanca e Santiago de Compostela, dominava primorosamente a cultura espanhola contemporânea, deixando-nos o seu testemunho acerca da mesma numa série de saborosíssimas crónicas com o pseudónimo de Jaume Lloset. A Psicologia, a Sociologia, as novas ciências, a História, a Filosofia eram-lhe familiares. Neste derradeiro domínio patenteava uma forte influência do Mestre Ortega y Gasset que tanto estimava, ainda que substituísse o rácio-vitalismo por um espiritualismo vitalista, de coloração católica.

Mas, acima de tudo isto, legou-nos a lição de um indefectível, intransigente patriotismo, pelo qual, hoje em dia, paga o preço costumado – a condenação a ser silenciado e ignorado.

Tendo começado a vida intelectual ao lado de alguns membros da chamada terceira geração do Integralismo (melhor seria dizer do ex-integralismo) Soveral, quando viu que aqueles estavam a alinhar com os que se dedicavam ao desmembramento da Nação, não hesitou em romper com eles. E esteve no 7 de Setembro, em Moçambique, no protesto contra os que queriam entregar essa nossa província ultramarina aos marxistas da Frelimo. Teve, depois do fracasso desse movimento de exilar-se para a África do Sul onde trabalhou manualmente para sustentar-se e aos seus. Quando conseguiu reformar-se – com uma bem modesta pensão – não quis mais viver no rectângulo anárquico a que os vencedores do 25A reduziram o que foi Portugal. E fixou-se, julgou que definitivamente, em Bayona, na Galiza. A desvalorização do escudo obrigou-o, a contagosto e com desgosto, a retornar a este canto da Ibéria, onde viveu uma existência de exilado do interior, tal como eu o sou, também. O que não quer dizer que se remetesse ao silêncio. Ao invés, continuou a repudiar a infâmia e a traição nos livros publicados por uma pequena editora, que resolveu acolhê-lo.

As grandes massas e os novos senhores, que as exploram, impudicamente, desconhecem os seus trabalhos, tão valiosos. Não importa, Soveral optara, firme e intolerantemente, pela fidelidade que era a sua honra. Por isso, o saudamos com o belo grito da Falange Española, que ele tanto admirava e amava: Carlos Eduardo de Soveral – presente!

António José de Brito

Carlos Eduardo do Soveral

MAIS UM ADEUS
À memória de Carlos Eduardo de Soveral

Mais uma cruz no meu caminho.
Agora, a tua Poeta e Pensador.
Partes sozinho,
para o mais Alto e o Maior.

Folheaste, ciente, páginas da Existência
Com estudos profundos,
Onde é semente e flor a Inteligência
Dos cérebros fecundos.

Português,
Como os que o são,
Ouvi-te muita vez
Exaltar-nos a Alma e o Coração.

O Erudito, o Mestre, o Esteta,
Souberam bem gerir o seu talento.
Apenas o Poeta
Se ficou quase oculto, mas atento.

Carlos Eduardo:
Com que saudade aceno a despedida,
Daqui, onde inda sou e ardo
No fogo a esmaicer da vida!

E tardo,
Por não ser como tu,
Tão ágil na subida.


08.08.2007
(Inédito)
António Manuel Couto Viana

terça-feira, junho 03, 2008

Quem se mete com ... leva …

Disse um dia o actual “chairman” de uma das principais empresas capitalistas da nossa praça.

Lembrei-me desta grande máxima quando mão Amiga me fez chegar umas linhas escritas por uma mestra (agora mestres são aos montes) de uma “universidade” deste “país”, e relatadas (em teoria) por uma velha senhora que dá pelo nome de Cecília Supico Pinto.

Trata-se do Livro “Cecília Supico Pinto, O Rosto do Movimento Nacional Feminino”. A Dona Cecília, foi a 2º esposa de um dos principais conselheiros de Salazar, Clotário Luís Supico Pinto, e grande amiga de Francisco Costa Gomes e por afinidade ligada a Pinto Balsemão (ou seja todo um tratado...).

No livrito em causa conta-se um episódio (que nem a mestra - escrevinhadora nem a narradora se dão sequer ao trabalho de situar no tempo ou nos personagens envolvidas) e em que ambas adjectivam um dos maiores vultos da Cultura Portuguesa – Carlos Eduardo do Soveral – como um “pateta”.

Eu sei o que me vão dizer, a fulana já tem 87 anos, deve estar “gagá”, já não sabe o que diz, etc.

Pois eu acho que não é nada disso: acho que se trata de uma atitude bem pensada e bastante comum no tipo de pessoa e de “classe” que enforma a tal da dona Cecília.

E é por isso mesmo – considerando contudo que ela tem 87 anos – que eu vou começar a escrever umas coisas que cá sei sobre a situação. Não vou ser meigo, prometo, mas vou ter um pouco de tento na língua para não descer ao nível sopeiral às vezes tão comum nas “famílias burguesas bem” nobilitadas (no século XIX) após a vitória do campo liberal.

Em próximos episódios vou-vos falar do MNF, dos almoços no restaurante Lord, das lutas estudantis dos anos 60, da Acção Académica, das amizades, das sabujices com Salazar e com Marcelo Caetano, etc, etc, etc...

Continua ...

segunda-feira, junho 02, 2008

Lá querer, queria …




Pois é como eu gostaria de voltar a viver e usufruir da Velha e Grande Europa.

Dos seus usos e costumes, da sua Cultura, das suas raças, das suas características locais e comuns, da sua gastronomia, enfim de tudo o que a fazia um aprazível local para se nascer, viver, procriar e morrer.

De uma Europa de Pensamento, de Mitos, de História, de Arte,de Tradições. Dos despertares da consciência cósmica em períodos de crise. Do pensamento reflectido e lúcido. Da coesão social trans personalista. Dos Mestres, dos Soldados... Enfim da Europa em que nasci!

Resolvi consultar os velhos atlas que abundam lá por casa e espanto (dos espantos) não a encontrei em lado nenhum. Desapareceu. Evaporou-se. Milhares de anos desapareceram em poucas décadas.

Consultei os meus vizinhos. Nenhum sabia onde se encontrava e (mais grave ainda) nenhum tinha ainda dado conta que ela tinha desaparecido!!! E sem deixar rasto. Parece a Atlântida engolida pelo dilúvio, destruída para todo o sempre pelas forças da natureza.

Poderia chamar-lhe “desaparecida em combate”, mas nem sequer houve combate. Houve rendição sem qualquer tipo de luta. Pois como lhe vou chamar?

Sei lá, talvez União Federasta. Talvez União da Treta, ou então, por caridade não lhe chamo nada. Chamo-lhe “A Desgraça” e está tudo dito.

Olhei para o velho atlas e que vi:

- A anarquia financeira
- A destruição das soberanias nacionais
- A Távola Redonda é agora um Centro Comercial e um Hipermercado
- Tudo é temporário até ao processo final da globalização
- Os velhos e leais soldados ao serviço da Nato (guiada pelos do tio sam)
- A Justiça ao serviço dos interesses privados
- A imigração massiva e desordenada
- A “criação” de novas “raças” através da mistura de sangues
- A desregulamentação financeira
- O empobrecimento social
- A destruição cultural e educativa
- O tecido e a mobilidade social estão em parte incerta
- O bezerro de ouro do consumismo a todo o custo
- O caos social
- Um novo (e mau) feudalismo baseado no direito “natural” da potência financeira privada
- E ....

E que vejo eu, no primeiro Domingo em que tive um pouco de tempo para mim, após quase dois meses de loucura profissional?

Camaradas com bons, relevantes e leais serviços prestados preocupados com as eleições num qualquer partido alaranjado. Quando lhes pedi novas do País deram-me estas notícias. E ainda que a selecção foi para a Suíça dar uns pontapés numas belas, multinacionais e redondas bolas.

Prefiro voltar ao trabalho avassalador. Senão ainda vou mas é vomitar...