quinta-feira, setembro 13, 2007

Prisão do Luis Fernandes

Para acabar, para já, com esta saga sobre os acontecimentos de Moçambique e relaccionados, quero falar hoje da prisão do nosso muito Luís Fernandes.

O Luís já tinha sido vítima de represálias aquando da sua tomada de posição no jornal Expresso (Maio 74). Em 7 de Setenbro encontrava-se em Lisboa. Pouco tempo depois avança para Moçambique, enquanto o Comandaante das Operações (um Coronel) aguardava, na África do Sul, para entrar em Moçambique de acordo com o desenvolvimento das acções do nosso Luís.

Entrando (semi-clandestinamente) em Moçambique por via férrea é transportado para Lourenço Marques (como ajudante de camionista). Na sua bagagem o seu uniforme. Várias vezes parado pelo bloqueio frelimista e dos mfa, consegue, contudo, chegar à capital de Moçambique, onde inicia (de imediato) os seus contactos. Traído por alguém é preso pelo MFA em 19 de Outubro de 74. É interrogado pelo famoso Capitão Camilo (Hoje Major General desta tropa que temos, e nomeado - por Paulo Portas !!!! - vice presidente da liga dos combatentes.

Dois dias depois (e já resultado da sua acção) ocorre a revolta dos Comandos, que eles tiveram grande dificuldade em travar.
Com ele livre e junto dos GE e GEP seria muito difícil ao mfa aguentar-se!

O resto da história é conhecida. Luís Fernandes é entregue (pelas FFAA "portuguesas"???) à Frelimo. E transportado em avião militar português para as bases da Frelimo, juntamente com Joana Simeão e etc. A ordem de entrega à frelimo é também do mfa Camilo. (o amigo do Portas!!! - Paulo, que não Miguel...).Pela primeira vez na História de Portugal um Oficial do nosso exército é entregue ao inimigo.

E só em Janeiro de 1976, depois de passar o indiscritível, é que o Luís é solto (depois de um período de "engorda e restabelecimento" propiciado pela frelimo para evitar demasiadas críticas internacionais. Regressado a Lisboa, poucos dias depois está já em Madrid, parta continuar o combate, apesar de bastante diminuído fisicamente. Porque moralmente nunca o conseguiram abater, pese embora a quantidade de fuzilamentos a que assistiu.

E, já em Madrid, dispôs-se a continuar de imediato o seu combate. Fosse onde fosse e para o que fosse. Foi aí que eu (acabadinho de regressar de umas coisas) o reencontrei e pude de novo abraçá-lo comovidamente!

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