domingo, setembro 02, 2007

"Eles" estão desvairados...

Grande vai o desvario neste ocidente face ao recrudescimento da Rússia.

Pensando, com o fim da União Soviética, terem "normalizado" o urso oriental, os americanos e demais apêndices assistem, com Putin, ao renascimento da Fénix que parecia ter ardido para sempre.

Agora estão a acusar os russos de recuperarem os conceitos de Pátria e Nação, apoiados nos maiores vultos culturais russos, bem como numa Igreja de novo todo poderosa.

Os "naschis" novo movimento de Juventude estão em exponencial desenvolvimento. A Juventude volta a estar enquadrada e a chama renasce. Esta é a mensagem que Putin mandou aos ocidentais.

Aliás quando se enquadra a Juventude assite-se, sempre, a dois comportamentos paralelos: de um lado o sector mais patriótico e nacionalista do País avança de uma forma mais coordenada e rápida; do outro criam-se anti corpos por parte dos "avençados" e "burocratas" dos sistemas.

Este intróito tem a ver com o que se passou em Portugal com a criação dos diferentes grupos juvenis durante o Estado Novo. Tudo começa com a Acção Escolar Vanguarda, que surgida na Faculdade de Direito de Lisboa, cedo se espalha por todos os ambientes estudantis do Continente (de início) e logo a seguir pelo Ultramar. A camisa era verde; as calças pretas (do trajo académico). O detonador foi um desfile dos balilas italianos na Avenida da Liberdade. Seguiram-se diversas organizações, até que o Governo criou a Mocidade Portuguesa para enquadrar os demasiadamente impulsivos jovens da AEV.

Mas logo que o poder se apropriou da organização e afastados que foram os primeiros impulsionadores do movimento, tudo se esfumou. A machadada final foi dada por Galvão Teles e Marcelo Caetano.

Vale a pena transcrever o depoimento de Carlos Eduardo do Soveral. Diz tudo (de forma magistral, claro):

"Ou de uma juventude portentosa - que era na fase estado-novista, com Mocidade e tudo, o grande pecado que a sociedade portuguesa mais repreendia e não perdoava, sabendo particularmente mal aos que, velhos e novos, enquistados em lugares oficiais, exigiam a tempo e contratempo um sorvado, conformista, interesseiro sentido da medida, da oportunidade, da conveniência, da contra - evidência, da rábula. Os "já se vê" ou "bem vê" ou "como calcula" ou "compreende" ou "não pode deixar de ser"", "sempre foi assim", "tinha de ser", "é o mais acertado", "é prudente, sobretudo", "não nos percipitemos", "a experiência aconselha", e outros quejandos de pior ou melhor recorte ou feitura, que todos escondiam - significavam inércia e acomodaçãotornadas sistema e barreira intransponível, tinham nessa juventude o mais perigoso dos arietes e transtornos."

Olhem bem à volta e vejam como os acomodados ao sistema continuam a ter o mesmo tipo de actuação. Deve ser genético. Cada burocrata da nossa praça deve transmitir aos descendentes um novo gene: o do burguês acomodado (não faças ondas e olha pela vidinha).

E não haverá para aí um laboratório de investigação qualquer que modifique geneticamente esta gentinha? Seriam os BGM (os burocrats - e videirinhos - geneticamente modificados). Podiam patentear a descoberta e tudo, mas acho que só assim avançamos.

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