terça-feira, fevereiro 06, 2007

Frente a morte - Brasillach - 6 de Fevereiro de 1945


Sob as balas assassinas da República, o ditador De Gaulle consumou a ignomínia do assassinato de Brasillach.
Tal como a República já tinha assassinado outro Poeta - Andre Chenier - aos republicanos só faltava a suprema afronta de o fazer no dia 6 de Fevereiro, data em que os patriotas tinham saído à rua onze anos antes.

La Mort en face

Se tivesse tido vagar, com certeza que escrevia com este título a história dos dias que vivi na cela dos condenados à morte em Fresnes. Diz-se que não se olha de frente nem para o sol nem para a morte. Mas, por mim, tentei. Nada tenho de estóico e custa muito arrancarmo-nos ao que amamos. Tentei, no entanto, não deixar uma imagem indigna àqueles que me viam ou pensavam em mim.
Os dias, especialmente os derradeiros, foram ricos e plenos. Já não tinha muitas ilusões, sobretudo depois que soube da rejeição do meu pedido de indulto, que, aliás, previ. Terminei o pequeno trabalho sobre Chénier e escrevi ainda alguns poemas. Uma das minhas noites foi má e, de manhã, ainda velava. Mas, nas noites a seguir, dormi muito sossegadamente. Nas três últimas, em todos os serões, reli a narrativa da Paixão em cada um dos quatro Evangelhos. Rezei bastante e era a oração, bem sei, que me dava um sono tranquilo. De manhã, o sacerdote veio trazer-me a comunhão. Pensava com doçura em todos os que amava, em todos aqueles que encontrei na minha vida. Pensava, com desgosto, no desgosto deles. Mas tentava, o mais possível, aceitar.

(no dia do seu fuzilamento, 6 de Fevereiro de 1945)

Robert Brasillach
(tradução de Goulart Nogueira)

1 comentário:

Anónimo disse...

Roberto Brasillach, amigo de España